As cotações domésticas do trigo continuam em alta durante o período de entressafra. De acordo com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os produtores têm mantido suas ofertas a preços mais elevados no mercado spot, especialmente para o trigo de qualidade superior (PH>78). Em contrapartida, agentes de moinhos tentam adquirir novos lotes a preços mais baixos, o que tem limitado a liquidez e resultado em negociações pontuais.
No campo, as estimativas oficiais apontam uma redução na área a ser cultivada no país. Em um relatório divulgado neste mês, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicou que a área plantada com trigo em 2024 será de 3,087 milhões de hectares, uma queda de 11,4% em relação ao ano passado. Apesar da diminuição na área cultivada, a produtividade está projetada para crescer 26,3%, atingindo 2.945 kg/ha.
Com isso, a produção de trigo está estimada em 9,065 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 12% em comparação com a safra finalizada em 2023. Este cenário de menor área plantada, mas maior produtividade, poderá impactar os preços e a dinâmica do mercado de trigo no Brasil nos próximos meses.