Pesquisadores da Unemat participam de filme de conscientização em prol do Pantanal

Pantanal Paraíso Restaurável é o primeiro documentário de uma trilogia produzida por organizações não governamentais

Fonte: Hemilia Maia / Assessoria

Sema cria 14 pontos de água para animais no Pantanal de Mato Grosso, mas MP investiga
Sema cria 14 pontos de água para animais no Pantanal de Mato Grosso, mas MP investiga (Foto: Sandro Kakabadze - Pantanal: Paraíso Restaurável)

Pesquisadores da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) participam de um filme de conscientização em prol do bioma Pantanal. Além das belas imagens do Pantanal, o documentário traz depoimentos das populações ribeirinhas que vivem da pesca e da coleta de iscas, as preocupações de especialistas que estudam o bioma e de pessoas que buscam fazer a diferença em prol do Rio Paraguai e consequentemente do Pantanal. Entre os especialistas ouvidos estão os professores pesquisadores da Unemat Claumir Muniz e Solange Ikeda, ambos doutores em Ecologia e Recursos Naturais.

O filme Pantanal Paraíso Restaurável é o primeiro de uma trilogia. O documentário é uma produção em colaboração de cinco organizações não governamentais: Acaia Pantanal, Instituto Homem Pantaneiro, MAPBiomas, Pantanal SOS e Documenta Pantanal. No primeiro filme as questões abordadas envolvem o assoreamento do Rio Paraguai. As filmagens foram realizadas a partir de Corumbá (MS), subindo até as nascentes do Rio Paraguai em Alto Paraguai (MT) em dezembro de 2023, mês que inicia a temporada das cheias no Pantanal, caracterizada por chuvas que se estendem até março.

Embora o assoreamento seja um fenômeno natural, Claumir Muniz destaca que o perigo mora na celeridade desse processo ocasionada pelos impactos ambientais provocados pelo homem. “O que acontece hoje é que a ação antrópica está acelerando isso, principalmente o processo de assoreamento e também contaminação por produtos químicos utilizados nessas áreas de cabeceiras”, explica Muniz.

Solange Ikeda pontua que “a conservação do Pantanal só é possível com o plantio de árvores nas nascentes do Rio Paraguai, se a gente conservar uma área que está 70% desmatada, que é a parte do Planalto. O Pantanal depende de que árvores sejam plantadas na parte alta, nas nascentes” e, para tanto, ela acredita no convencimento da sociedade.

De acordo com o diretor do filme, Sandro Kakabadze, a trilogia chega para conscientizar o maior número de pessoas e organizações sobre o bioma Pantanal. No primeiro filme é possível ver o quão nocivo são os impactos provocados pela diminuição da profundidade do rio e da biodiversidade do ecossistema, o surgimento de bancos de areia e a redução das áreas inundadas. Mas o que mais impacta o diretor é a situação vulnerável da nascente do Rio Paraguai. “Ele nasce em uma grande fazenda de soja. O reflorestamento das nascentes é urgente. Espero que o filme contribua para aumentar o engajamento de pessoas, fazendas, organizações e empresas nesse processo”, almeja Kakabadze.

Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso.