O avanço das doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti em Mato Grosso revela um cenário preocupante para as autoridades de saúde. Dados atualizados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) indicam que, apenas nos primeiros cinco meses deste ano, foram registrados 35.862 casos prováveis de dengue, resultando em 18 óbitos. No mesmo período, a chikungunya causou 11.882 infecções e quatro mortes.
O novo boletim epidemiológico da SES-MT destaca que 12 cidades registraram vítimas fatais. Em relação à dengue, os óbitos ocorreram em Cuiabá (4), Tangará da Serra (3), Pontes e Lacerda (2), Primavera do Leste (2), Alto Garças, Aripuanã, Campos de Júlio, Confresa, Jauru, Matupá e São José do Povo, cada uma com uma ocorrência. Comparado a 2023, quando foram notificados 22.368 casos prováveis de dengue, houve um aumento de 60% nas notificações da doença no estado.
O vírus da dengue, transmitido pela picada do Aedes aegypti, possui quatro sorotipos distintos: Denv-1, Denv-2, Denv-3 e Denv-4, que se diferenciam por variações genéticas. No entanto, as manifestações clínicas são semelhantes, podendo variar de infecções assintomáticas a casos graves, que podem resultar em morte. Atualmente, os sorotipos 1 e 2 estão em circulação em Mato Grosso.
Além da dengue, o boletim da SES-MT informa que as mortes por chikungunya ocorreram em Tangará da Serra (3) e em São José do Rio Claro (1). Em relação à zika, foram contabilizados 451 casos prováveis até o momento, sem registros de óbitos.
Em uma tentativa de conter o avanço da dengue, o Ministério da Saúde distribuiu, em abril, as primeiras doses da vacina contra a doença. Os municípios contemplados nesta fase inicial de vacinação incluem Cuiabá, Várzea Grande, Chapada dos Guimarães, Santo Antônio de Leverger, Tangará da Serra, Sinop, Sorriso e Lucas do Rio Verde. O público prioritário para a vacinação são crianças entre 10 e 14 anos, devido à capacidade limitada de fornecimento de doses pelo laboratório fabricante.
O esquema vacinal é composto por duas doses, com um intervalo de três meses entre elas. A definição do público-alvo e das regiões prioritárias para a imunização foi necessária para otimizar a distribuição das vacinas disponíveis e maximizar seu impacto na prevenção da dengue.
As autoridades de saúde de Mato Grosso estão em alerta e reforçam a importância da colaboração da população no combate ao mosquito Aedes aegypti, adotando medidas preventivas como eliminar criadouros e utilizar repelentes, além de aderir à vacinação onde disponível.