Indígenas de Mato Grosso protestam contra obras da Ferrogrão

Fonte: CENÁRIOMT

Indígenas de Mato Grosso protestam contra obras da Ferrogrão
Indígenas de Mato Grosso protestam contra obras da Ferrogrão

Nesta segunda-feira (4), indígenas das etnias Panará e Kayapó, do estado de Mato Grosso, organizaram um protesto em defesa do fim das obras da Ferrogrão, uma ferrovia que comporá o corredor ferroviário de exportação do Brasil pela Bacia Amazônica. O ato está agendado para ocorrer durante uma audiência pública na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em Itaituba-PA.

Além dos povos Panará e Kayapó, também são esperados indígenas do povo Munduruku, do Pará. A audiência pública contará com a presença de representantes do Ministério Público, universidade, Funai, Ibama e dos ministérios dos Transportes.

Durante um protesto realizado em frente a uma empresa que comercializa grãos, Kape Panará, líder indígena da região de Guarantã do Norte, expressou suas preocupações sobre os impactos negativos que a Ferrogrão pode trazer para a vida dos indígenas.

No mesmo evento, o cacique Kreton Panará reiterou que os indígenas não foram consultados e afirmou que seu povo não irá desistir.

A Ferrogrão foi projetada para facilitar o transporte de commodities como soja e milho do Centro-Oeste até os portos da Amazônia, como uma alternativa considerada “mais econômica” em comparação ao transporte até o Porto de Santos. A ferrovia deverá percorrer cerca de mil quilômetros, desde Sinop, em Mato Grosso, até Miritituba, no Pará, alterando o traçado de 17 unidades de conservação e impactando 6 terras indígenas, além de 3 áreas indígenas com presença de povos isolados.

Uma ação judicial contestando a legalidade da Lei nº 13.452/2017, que modificou os limites do Parque Nacional do Jamanxim para viabilizar a construção da ferrovia, está em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF). A inconstitucionalidade da lei foi apontada pela Advocacia Geral da União (AGU). Em setembro do ano passado, o ministro Alexandre de Moraes suspendeu o processo por 6 meses para realização de novos estudos sobre os impactos da obra.

Jornalista apaixonada por astrologia, bem-estar animal e gastronomia. Atualmente, atuo como redatora no portal CenárioMT, onde me dedico a informar sobre os principais acontecimentos de Mato Grosso. Tenho experiência em rádio e sou entusiasta por tudo que envolve comunicação e cultura.