No contexto global de transição para uma economia de baixo carbono e enfrentamento às mudanças climáticas, os biocombustíveis emergem como protagonistas, e Mato Grosso se destaca como um dos principais polos dessa transformação. Com 18 usinas instaladas, três em processo de ampliação e mais quatro em construção, o estado se consolida como líder nacional na produção de biodiesel, impulsionando uma economia sustentável e efetivamente contribuindo para a redução da dependência de combustíveis fósseis.
Segundo dados da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), o Brasil conta atualmente com 60 usinas de biodiesel, das quais 10 estão passando por ampliação e 8 estão em fase de construção. Esses números expressivos refletem o potencial da produção agrícola mato-grossense, capaz de alcançar até 100 milhões de toneladas, além do desenvolvimento industrial associado ao processamento de grãos.
A crescente capacidade de produção do estado está alinhada com as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que determinou a elevação gradual do teor de biodiesel na mistura ao óleo diesel. A partir de 1º de março, a adição obrigatória do biodiesel passará de 12% (B12) para 14% (B14), com previsão de atingir 15% (B15) em 2025. O governo federal visa alcançar 20% (B20) até 2030, rumo à meta de zerar as emissões de poluentes no transporte até 2050.
A antecipação desses prazos pelo Ministério de Minas e Energia (MME) tem o objetivo de reduzir as emissões de CO2 em 5 milhões de toneladas e diminuir em R$ 7,2 bilhões a importação de diesel fóssil. Para o ministro Alexandre Silveira, os biocombustíveis representam o futuro da economia brasileira, impulsionando não apenas a sustentabilidade ambiental, mas também o desenvolvimento econômico e social.
Em consonância com essa visão, o projeto de lei (PL) nº 4.156/23, conhecido como Combustível do Futuro, foi proposto para estabelecer um novo marco legal para o setor de combustíveis, visando à descarbonização da matriz energética do transporte no país. A expectativa é que a proposta seja votada no Congresso até o final deste mês, reforçando o compromisso do Brasil com a transição para uma economia mais limpa e sustentável.