Um novo Boletim Epidemiológico sobre HIV/Aids apresentado pelo Ministério da Saúde revelou dados animadores para Mato Grosso. O estado experimentou uma redução significativa na taxa de mortalidade por Aids nos últimos dez anos, passando de 5,5 para 4,7 óbitos por 100 mil habitantes, representando uma queda de 14,5%.
Em 2022, foram registrados 204 óbitos relacionados ao HIV ou Aids, uma diminuição de 6,8% em comparação a 2012, quando foram registrados 190 óbitos.
No entanto, ao analisar os números de 2022, a capital do estado, Cuiabá, apresentou uma taxa de mortalidade de 6,9 por 100 mil habitantes no ano passado, um índice superior à média nacional. Este dado destaca a necessidade de um foco específico na capital para compreender as dinâmicas locais e implementar medidas preventivas e de conscientização.
Quanto à detecção do HIV, o boletim revelou que em 2022 foram notificados 930 casos em Mato Grosso, com uma taxa de 20,5 casos por 100 mil habitantes. Em Cuiabá, a taxa foi mais alta, atingindo 27,7 casos por 100 mil habitantes. A detecção precoce é crucial, e esses números ressaltam a importância contínua das campanhas de conscientização e dos serviços de testagem.
Gestantes e Transmissão Vertical
A taxa de gestantes infectadas pelo HIV em Cuiabá foi reportada como 6 casos por mil nascidos vivos. O diagnóstico precoce em gestantes é uma medida crucial para aplicar estratégias preventivas e evitar a transmissão vertical do vírus de mãe para filho.
Cenário Nacional
A queda na mortalidade por Aids não é exclusiva de Mato Grosso. Em nível nacional, o Brasil também testemunhou uma redução no coeficiente de mortalidade na última década, passando de 5,5 para 4,1 óbitos por 100 mil habitantes em 2022. Apesar dessa melhoria, cerca de 30 pessoas morreram diariamente de Aids no ano passado.
Disparidades Raciais e Importância do Registro de Raça/Cor
O boletim destacou disparidades raciais nos óbitos por Aids. No Brasil, 61,7% dos óbitos em 2022 foram registrados entre pessoas negras, ressaltando a necessidade de considerar os determinantes sociais para desenvolver respostas efetivas. O Ministério da Saúde tornou obrigatório o registro de raça/cor no Cartão Nacional de Saúde, visando aprimorar políticas públicas e promover a igualdade racial.
Prevenção e Resposta do Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde lançou a campanha “Existem vários jeitos de amar e vários de se proteger do HIV” no mês dedicado à mobilização nacional de luta contra o HIV e a aids. Medidas como a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) e a simplificação do tratamento antirretroviral são parte integrante dos esforços do governo para prevenir a propagação do vírus.
Embora os números apontem para uma melhoria, há desafios contínuos na luta contra o HIV/Aids. A conscientização, a detecção precoce e o acesso ao tratamento são pilares fundamentais para sustentar o progresso e garantir uma sociedade mais saudável e igualitária. O compromisso contínuo de todos os setores da sociedade é essencial para alcançar uma verdadeira redução nas taxas de infecção e mortalidade.