O levantamento semanal da ANP (Agência Nacional do Petróleo) sobre os preços de combustíveis no país mostra que o preço do litro do etanol recuou quase 16% em um ano. O levantamento relacionado ocorreu entre os dias 3 a 9 de dezembro.
Delegado do Sindipetróleo na região médio norte, Vilson Gonzales Kirst credita essa redução a uma série de fatores. Entre eles estão oferta crescente do produto no mercado e a concorrência entre distribuidores e revendedores. Desde que o etanol a base de milho passou a ser produzido em Mato Grosso, há boa oferta do produto, resultando em preços mais atrativos ao consumidor.
“E ainda tivemos uma redução no preço do milho. Com certeza a concorrência entre as indústrias faz baixar o preço. Enquanto revendedores, sempre que há queda no preço, seja etanol, gasolina ou diesel, para nós também é bom, pois usamos menos capital de giro. E para o consumidor é melhor ainda, pois gasta menos ao abastecer”, analisou Kirst.
Preços mais baixos na capital
Segundo os dados da ANP, a média do preço do litro em Mato Grosso é de R$ 3,12, que representa queda de -1,89% em comparação à semana anterior. Em relação aos últimos 12 meses, o recuo é de -15,68%.
O preço médio do litro do etanol em Cuiabá é de R$ 3,04. Mas é possível encontrar postos de combustíveis com preços abaixo de R$ 3. Em alguns comércios, o litro na bomba pode ser encontrado por até R$ 2,93 e R$ 2,99.
Em Lucas do Rio Verde a realidade é outra. Alguns postos têm feito promoção, vendendo o etanol comum a R$3,19 e R$ 3,23. Mas no dia a dia é possível encontrar o combustível a R$ 3,49 e até a R$ 3,67, o que deixa o preço do etanol hidratado bem acima da média estadual.
O delegado do Sindipetróleo observa que essa diferença de preços em comparação a Cuiabá e outras cidades, como Sinop, tem relação com a distribuição. Vilson Kirst explica que as bases das distribuidoras ficam nessas cidades e os donos de postos de combustíveis acabam tendo menos custo para adquirir o produto.
“Os postos de combustíveis de Cuiabá não precisam ter caminhões, manter esses caminhões, motoristas, custo de frete. Lá eles contratam autônomos que fazem isso por um custo mais baixo. Nós temos que ter essa estrutura para ter o combustível nas bombas”, detalhou o delegado.
Outra condição observada por Kirst é a concorrência que existe em Cuiabá, tanto entre os próprios postos de combustíveis, mas principalmente de distribuidoras. “São ‘N’ distribuidoras. Na nossa região são quatro ou cinco distribuidoras, em Cuiabá cinco ou dez distribuidoras. E concorrência ajusta preço”, pontua.
Vantagem abastecer com etanol
O levantamento da ANP ainda pesquisou a diferença de preços entre o etanol hidratado e a gasolina comum. A relação de preços entre o biocombustível e a gasolina C comum reduziu de 63,23%, na semana de 26/11 a 02/12, para 62,99% na semana de referência, na média nacional.
Em Mato Grosso e nos estados do Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e o Distrito Federal registraram razão entre preços médios de revenda de etanol hidratado e de gasolina C comum menor ou igual a 0,70.
“O etanol, se comparado a gasolina, tem um custo médio de 60%. Então está vantajoso abastecer etanol, a maioria dos carros já é flex. É interessante abastecer com gasolina quando o etanol tem um custo acima de 70%. E hoje, com certeza, o etanol tem sido mais vantajoso”, assinalou Kirst.