Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde revelou que cerca de 10% dos homens e pouco mais de 2% das mulheres afirmam dirigir após o consumo de bebidas alcoólicas. Cuiabá se destacou, ocupando o segundo lugar nessa categoria, de acordo com os dados do estudo intitulado “Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico.”
As maiores frequências entre homens foram observadas em Palmas, Teresina e Boa Vista, enquanto entre mulheres, Palmas, Cuiabá e Boa Vista lideraram. No conjunto das 27 localidades analisadas, 5,9% dos entrevistados afirmaram conduzir veículo motorizado após ingerir bebida alcoólica.
Em Cuiabá, a taxa de motoristas que admitem ingerir álcool antes de dirigir foi de 10,1% entre os homens e 2,2% entre as mulheres. O presidente da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), Antonio Meira Júnior, destaca que as diferenças regionais podem estar relacionadas aos padrões de fiscalização em cada local.
A pesquisa também revelou que a variação entre condutores e condutoras envolve educação e senso de proteção. Meira destaca que estudos têm demonstrado que as mulheres são mais prudentes no trânsito.
O médico alerta para os riscos do consumo de álcool antes de dirigir, enfatizando que qualquer quantidade pode impactar a capacidade do motorista. Segundo ele, o único padrão seguro é o zero. O risco de envolvimento em um acidente fatal para condutores que ingerem uma ou duas doses de álcool é 4,6 vezes maior do que para motoristas sóbrios.
O consumo de álcool reduz a capacidade de percepção da velocidade e dos obstáculos, diminui a visão periférica e afeta a autocrítica. Meira ressalta que evitar situações de risco é fundamental, aconselhando que, se houver dúvida sobre beber, não se deve dirigir. “As tragédias no trânsito envolvendo álcool não são acidentais. Elas poderiam ter sido evitadas”, finaliza o especialista.
