O mercado do milho e a valorização do produto estiveram em evidência durante o 17º Seminário Nacional de Milho Safrinha. O evento aconteceu esta semana, em Campo Grande, MS. Durante a abertura, o presidente da Aprosoja/MS, André Dobashi, falou sobre o contexto geral do mercado em milho safrinha para que o produtor não se torne refém das exportações, além de saber valorizar a commodity em produto.
“A cultura do milho não é para amador. Não adianta aumentar a área de milho e não aumentar o nível tecnológico. É mais estratégico diminuir a área e manter o mesmo nível de tecnologia”.
Segundo Dobashi, o que afeta a decisão para o plantio do milho é uma janela de semeadura, a flexibilidade nas negociações, a diversificação de riscos e os benefícios econômicos. “A gestão e análise de custos são muito importantes para a tomada de decisão do produtor”, disse. Finalizou dizendo que a capacidade de adaptação às mudanças é fundamental para o sucesso do milho safrinha.
A abertura do conto com um público que ocupou todo o espaço do auditório do Shopping do Bosque dos Ipês. O presidente da organização do evento, André Lourenção, pesquisador da Fundação MS, agradeceu a presença das autoridades e do público em geral. Ele enfatizou que o estado de Mato Grosso do Sul preserva e produz milho safrinha com sustentabilidade e expertise. “Não poupamos esforços para a realização desse evento de grande importância para o agronegócio brasileiro”, finalizou.
Outra autoridade a falar também foi Daniel Franco Pereira, diretor-financeiro da Fundação MS. Ele disse que os trabalhos da Fundação fazem “ciência na prática, levando aos produtores rurais com os testes que são feitos primeiro na área da Fundação antes de irem para a área do produtor”. Ele também falou sobre o incentivo do governo de MS no incentivo ao desenvolvimento em pesquisa no estado. “Os recursos do Fundect para esta fundação privada de pesquisa, em dois anos, foram de investimento na casa de R$ 5 milhões, o que traz um orçamento enorme para a pesquisa, além de R$ 2 milhões de recursos próprios”, expôs Pereira.
Cícero Bezerra, presidente da Associação Brasileira de Milho e Sorgo (ABMS), reforçou que o Seminário Nacional de Milho Safrinha conta com pesquisadores e extensionistas para que troquem experiências.
Rogério Beretta, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação da Semadesc, lembrou que há 50 anos, a produção de milho em MS era de 30 sc/ha em média e hoje tem uma média de 90 sc/ha. “Temos que agradecer às fundações e à Embrapa pelas tecnologias avançadas que possibilitaram este avanço. Existe um compromisso dos pesquisadores com o desenvolvimento de tecnologias para o maior ganho dos produtores”, enfatizou.
Beretta também chamou a atenção para uma janela de oportunidades no estado com a instalação de usinas de etanol de milho em Maracaju e da Inpasa em Sidrolândia com etanol de grãos como o sorgo
O deputado estadual de Mato Grosso do Sul, Renato Câmara, vice-líder da ALEMS, disse que se o estado se encontra neste patamar de desenvolvimento agropecuário “é graças às instituições de pesquisa. “Existem a pesquisa macro e a sintonia fina das fundações que entram em cena em pontos mais regionalizados’, constatou.
O chefe-geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Harley Nonato de Oliveira, e o diretor-presidente da Fundect, Márcio de Araújo Pereira, também fizeram parte da mesa de autoridades.