A Polícia Federal deflagrou uma operação em Mato Grosso para combater uma quadrilha envolvida em fraudes na obtenção e recebimento do seguro-desemprego. A ação conjunta entre as autoridades estaduais e a PF visa desarticular a organização criminosa que atuava em vários estados do país.
Ao todo, são 21 mandados judiciais, incluindo 7 mandados de prisão preventiva, 1 mandado de prisão temporária e 13 mandados de busca e apreensão. As cidades alvo dos mandados são Cuiabá, Sinop e outras localidades, como Jataí (GO), Macapá (PA), Parauapebas (PA), Redenção (PA) e São Luís (MA).
As investigações começaram em outubro de 2022, após o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) identificar irregularidades na liberação de benefícios do seguro-desemprego. A fraude envolvia servidores públicos e pessoas em diferentes partes do país.
O esquema da organização criminosa incluía o recrutamento de servidores vinculados ao Sistema Nacional de Emprego (SINE) com promessas de pagamento de propina. Esses agentes públicos inseriam informações falsas no sistema do MTE ou emprestavam suas senhas para que terceiros o fizessem.
Posteriormente, parcelas indevidas do seguro-desemprego eram pagas a laranjas, que repassavam parte dos valores aos líderes do esquema criminoso.
A investigação confirmou até o momento 12 mil requerimentos fraudulentos de seguro-desemprego, causando um prejuízo de R$ 11.900.111,12 aos cofres públicos. Acredita-se que o prejuízo evitado, graças à neutralização das atividades criminosas, chegue a mais de R$ 7,2 milhões.
Os crimes investigados incluem estelionato, corrupção ativa, inserção de dados falsos em sistema de informações e associação criminosa. O nome da operação, “Rede X”, faz referência à cidade de Redenção/PA, onde muitos dos investigados residem, e ao caráter multiplicativo das fraudes em detrimento dos cofres públicos.