SAÚDE: Atendimentos a vítimas de acidente de trabalho aumentam mais de 300% de janeiro a juho

Ausência de uso de Equipamentos de Proteção Individual, principalmente de óculos, preocupa equipes de atendimento

Fonte: CenárioMT

PAM LUCAS DO RIO VERDE
Vista aérea do Pronto Atendimento Municipal (PAM)

Aumentou em 364% o número de atendimentos a vítimas de acidente de trabalho no serviço de saúde pública de Lucas do Rio Verde. O não uso de EPIs, em especial de óculos, preocupa o setor de atendimento.

Os dados são referentes aos atendimentos feitos entre janeiro e julho deste ano em comparação ao mesmo período de 2022. Os números saltaram de 83 atendimentos a vítimas de acidente de trabalho para 310 neste ano.

Conforme Jéssica da Silva Pandolfi, enfermeira da Vigilância em Saúde do Trabalhador, o maior número de atendimentos é de vítimas de acidente que sofreram acidentes na região dos olhos. Outros casos atendidos são de pessoas que sofreram acidentes nas mãos, com fraturas e até amputação de membro.

Nos casos de acidente na região dos olhos, é comum a entrada de objeto estranho, produto químico e acidentes envolvendo serras elétricas. “A gente observa que não está sendo feito o uso de EPI corretamente”, ressalta.

Outro detalhe destacado pela enfermeira é a demora na procura por atendimento. “Aconteceu o acidente deve procurar de imediato o atendimento em saúde. Às vezes a pessoa demora dois ou três dias para procurar atendimento e já não tem mais o que fazer, está infeccionado. Assim que acontecer o acidente a pessoa busca atendimento, na maioria dos casos tem como reverter”.

Outra orientação da enfermeira, no caso de acidente nos olhos, é que não seja tentado a remoção do objeto lançado no local. “Não apertar os olhos porque corre o risco de prejudicar ainda mais a região afetada”.

Jéssica comentou que o uso de EPI pode evitar o acidente ou sua gravidade. Ela relata o caso de um trabalhador atendido no PAM que usava óculos de proteção ao operar uma máquina de corte. O disco do equipamento quebrou e parte dele foi lançada contra o trabalhador que teve os óculos danificados e um corte no supercílio. “Se a pessoa não tivesse usando os óculos de proteção teria possivelmente perdido a visão”.

A enfermeira também alerta para os riscos de automedicação. Jéssica já atendeu pessoas que, após sofrer o acidente de trabalho, recebeu no local afetado alguns produtos inusitados. “já chegou paciente com borra de café, gasolina, álcool, creme dental, maisena. A gente orienta que nesses casos, quando ocorre o acidente, não colocar nada. A gente pede que, se for um corte profundo, colocar uma gaze ou pano limpo, e procurar imediatamente o atendimento. Se for nos olhos, lavar por pelo menos 30 minutos com água corrente”.

Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso.