A colheita da segunda safra de milho praticamente terminou em Mato Grosso. Estimativas apontam que houve aumento da produtividade média em todas as regiões. Na região médio norte, por exemplo, a estimativa é que a produção por hectare tenha aumento de até 3% em relação ao período anterior.
A média estimada é de 115 sc/ha. O número é pouco acima do estimado pelo IMEA para safra em Mato Grosso, de 113,52 sc/ha.
A melhora nos rendimentos da safra é em decorrência das boas condições das lavouras, principalmente, das áreas que ficaram fora da janela considerada “ideal”, uma vez que houve prolongação das chuvas até o final de maio/23.
“Esperávamos colher mais em relação a safrinha anterior. Temos fazendas com medias muito boas, mas há uma variação muito grande em determinadas localidades. As chuvas foram boas este ano, porém houve plantios fora da janela”, observou Fábio Pittelkow, diretor de pesquisas da Fundação Rio Verde.
Monitoramento
Desde a preparação do plantio da safra, pesquisadores da Fundação Rio Verde acompanharam o desenvolvimento das plantas. Eles puderam observar, por exemplo, que em algumas áreas as plantas anteciparam o ciclo. o que resultou numa produtividade menor.
“Não chegamos a uma conclusão. Mas algumas possibilidades foram levantadas”, explicou Luana Belufi, coordenadora do departamento de Fitopatologia da Fundação Rio Verde.
“Vimos alguns fungos associados, mas não se mantiveram os mesmos em todas as áreas. Tivemos algumas com nematoides e muito se fala de algum efeito da cigarrinha também”, acrescentou, citando ainda registros de casos de antracnose em milho.
Comercialização
Com o fim da colheita, o produtor mantém-se atento ao mercado. Boletim do IMEA indica que a comercialização de milho para as safras 22/23 e 23/24 avançou, mas preço mensal continua recuando.
Segundo os dados divulgados no início da semana, as negociações para a safra 22/23 avançaram 5,07 p.p. em comparação ao mês de junho, fechando em 58,54% do total esperado da produção. Esse incremento foi pautado pela necessidade dos produtores em liberar espaço nos armazéns, devido ao andamento da colheita no estado.
Apesar do avanço na comercialização, o preço médio negociado exibiu recuo de 4,58%e ficou na média de R$ 34,40/sc. Para a temporada 23/24, as negociações avançaram apenas 1,92 p.p. em julho em relação ao mês anterior, 6,62% do total previsto da produção.
Esse cenário de negociações mais lentas se deve à retração constante no preço do cereal, o que acaba desestimulando os produtores a travarem novas negociações. Por fim, o preço recuou 0,90% em julho, com valor médio de R$ 31,22/sc.
Fonte: Verbo Press | Assessoria Fundação Rio Verde