Para quem mora no estado do Mato Grosso, mais especificamente na cidade de Lucas do Rio Verde, sabe que a região vive durante todo o ano basicamente “duas estações”.
A época de muita chuva, que segue entre o final do mês de setembro até o mês de março e o período de seca, que começa no fim de abril e segue até meados de setembro.
Nesse período de seca ou estiagem, é quando acontece a colheita do milho e do algodão, duas culturas extremamente importantes para a economia do nosso país, porém, é nesse período que produtores ficam em alerta para os riscos de incêndios na lavoura.
De acordo com o diretor de pesquisa da Fundação de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico Rio Verde, Fábio Kempim Pittelkow, nessa estação existe dois tipos de incêndios que podem acontecer, os de causas naturais, independente da ação humana e os criminosos, que são ocasionados por fontes de calor, como uma ponta de cigarro e está diretamente ligada as ações humanas.
“Uma de nossas missões é orientar o produtor e todos seus colaboradores aos cuidados durante o manejo do maquinário, ou possíveis fontes de calor, principalmente nesse momento do fim da colheita do milho, pois há muita palha seca espalhada por toda a lavoura o que pode gerar uma combustão muito rápida e o controle de um incêndio pode ser quase impossível” explica o diretor.
PREJUIZO AO SOLO
O diretor explica que uma área queimada provoca a retirada de recursos importantes como o nitrogênio, o potássio e o fósforo, que são fundamentais para o desenvolvimento das plantas.
“Os prejuízos ao solo são inúmeros, pois ao longo dos anos estamos construindo palha sobre o sistema de plantio direto e essa palha traz inúmeros benefícios ao solo, pois ele oferta a ciclagem de nutrientes, a proteção do solo, ao impacto da gota de chuva e erosão, então, caso seja afetado por um incêndio, há uma grande perda, pois reflete diretamente ao investimento de muitas safras futuras e uma grande queda na qualidade biológica do solo perdendo muitos nutrientes necessários para o crescimento da planta”, explica.
ORIENTAÇÕES DA FUNDAÇÃO RIO VERDE
Outro ponto destacado por Fábio, é quanto a união entre os produtores vizinhos para que possam manter uma comunicação e criar estratégias de prevenção para caso alguém tenha problema com incêndio.
“Muitas fazendas possuem uma grade niveladora, tanque com água, tratores e caminhões pipas que podem contribuir para combater um incêndio. Nossa orientação é para que nesse período, todos fiquem em alerta e quando acontecer, estejam preparados para eliminar qualquer foco de fogo o mais rápido possível. Nesse período também é orientado a ser feito aceiros envolta dos talhões e também próximo às regiões de mata e rodovias. Esses são os principais pontos de atenção, tudo para evitar a entrada do fogo na lavoura” orienta o diretor.
A FUNDAÇÃO
A Fundação de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico Rio Verde tem como objetivo apoiar o desenvolvimento sustentável, ambiental e soluções tecnológicas para o agronegócio.
Entidade sem fins lucrativos, com participação aberta a todos os segmentos do agronegócio, meio ambiente e desenvolvimento humano.
A Fundação Rio Verde está localizada na Rodovia da Mudança – MT449, Km 08 em Lucas do Rio Verde – MT.