Famosa por suas incríveis vistas e paisagens admiráveis, milhares de turistas chegam diariamente à cidade de Cusco com o sonho de fazer o trajeto ao longo da trilha Inca até Machu Pichu.
Para os viajantes, é uma experiência tão gratificante quanto enriquecedora, mas, ao mesmo tempo, requer preparação especial, já que, pelos 42 quilômetros que separam a cidade imperial de Cusco de Machu Pichu, é preciso subir a alturas que excedam 4.000 metros acima do nível do mar e, portanto, o oxigênio respirável se torna menos concentrado e pode eventualmente causar o chamado mal da montanha.
Da mesma forma, o governo peruano limitou o número de pessoas que acessam a Trilha Inca em excursões. Não podendo exceder os 500 turistas por dia, é necessário obter a entrada com antecedência, variando de 2 a 5 meses, dependendo da estação do ano.
Nesse contexto, surge a necessidade de ter uma equipe profissional de maleiros ou carregadores que são as pessoas que vivem nas aldeias ao redor da Trilha Inca e ajudam os viajantes na subida, carregando grandes sacos com barracas, cobertores e ferramentas para os turistas.
Esse número estava sempre ligado ao gênero masculino e, até muito recentemente, as mulheres nem pensavam em aspirar a um emprego de maleira, mas uma jovem empresa de turismo chamada Evolution Treks invadiu o mercado, desmascarando mitos e contratando as primeiras carregadoras mulheres da trilha Inca.
Como parte do projeto Women of Impact (Mulheres de Impacto) da National Geographic, a empresa tem sido destacada por promover a inclusão de gênero e entrar em ação em um país com desigualdade de gênero acentuada. Deve-se notar que a OMS (Organização Mundial da Saúde) colocou o Peru como um dos países que mais tem a fazer em termos de igualdade de gênero na América Latina.
É por isso que o feito da empresa Evolution Treks marca um momento tão importante no sentido de uma profunda mudança na igualdade de gênero.
Miguel Ángel Góngora Meza, diretor e co-fundador da Evolution Treks Peru, declarou recentemente que estava frustrado ao ver que não havia mudanças no nível social, e foi por isso que começou com sua parceira Amelia Huaraya Palomino o projeto de empregar mulheres maleiras para acompanhar turistas na trilha Inca.
É importante observar que a Evolution Treks não é apenas a primeira empresa a oferecer às mulheres aldeãs uma oportunidade de emprego e a possibilidade de crescimento na área turística, mas também fornece a suas funcionárias os mesmos elementos de qualidade fornecidos aos clientes.
Em muitas agências que oferecem serviços de guia para chegar a Machu Pichu, a insegurança no emprego é a ordem do dia e as pessoas devem realizar seu trabalho com pagamentos mínimos e com materiais de qualidade inferior aos usados pelos turistas.
É por isso que a revista National Geographic distinguiu a Evolution Treks como uma empresa de turismo socialmente responsável e com uma política de gênero inclusiva e favorável para as pessoas.
Evolution Treks, onde realizar a Trilha Inca se transforma em uma situação de respeito e igualdade.