O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, TDAH, vem chamando cada vez mais a atenção de especialistas no mundo todo, por causar dificuldades na vida social e aprendizagem das crianças. No Brasil, mais de dez milhões de pessoas sofrem com esse transtorno, cujos principais sintomas são a dificuldade em se manter atento, menor controle dos impulsos e hiperatividade.
Uma pessoa com TDAH se distrai facilmente, presta menos atenção aos detalhes, tem dificuldades em se organizar e tende a procrastinar mais. Em relação à hiperatividade, a pessoa é agitada, realiza movimentos constantes, sente-se inquieta e às vezes fala excessivamente.
Até alguns anos atrás, esses sintomas eram naturalizados entre as crianças e adolescentes, vistos como fases ou marcas da idade. Mas, hoje em dia, muitas pessoas procuram tratamentos psiquiátricos ou psicoterapêuticos, entendendo que a TDAH pode ser controlada, melhorando a qualidade de vida.
A recente popularização da discussão sobre o TDAH surtiu efeitos na indústria farmacêutica: entre 2004 e 2014, o consumo de Ritalina aumentou 775% no Brasil. A Ritalina é o medicamento mais utilizado no tratamento do transtorno, porém o seu uso abusivo gera controvérsias na comunidade científica e pedagógica, por conta de casos de uso desnecessário da medicação apenas como forma de acalmar crianças, mesmo que estas não sofram nenhum transtorno.
O canabidiol no tratamento para TDAH
Uma das maiores polêmicas envolvendo o TDAH diz respeito ao uso medicinal da cannabis no tratamento. Diversas pesquisas já constataram que quando o canabidiol, um dos compostos da cannabis, entra no organismo, interage com receptores localizados no sistema nervoso central. O sistema nervoso central, por sua vez, é responsável pelos efeitos cognitivos causados pelo transtorno.
Durante este processo, o canabidiol estimula a liberação de dopamina, um hormônio neurotransmissor que desempenha muitas funções importantes no cérebro. Uma pessoa com TDAH possui alterações de dopamina no organismo, logo, o canabidiol tem uma função essencial na reposição dos níveis desse hormônio.
Esses estudos apareceram no momento em que o transtorno vem ganhando mais atenção e ajudaram a colocar o uso do canabidiol como uma alternativa mais natural a outros medicamentos, como a Ritalina. Estudos brasileiros apontam, inclusive, que a cannabis medicinal é eficaz, mais barata e não tem efeitos colaterais assimétricos, como os outros remédios.
Acompanhando a evolução das pesquisas e discussões sobre o tema, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), tem evoluído cada vez mais suas medidas acerca do uso da cannabis medicinal no Brasil. No final do ano passado, o órgão autorizou a fabricação e a venda dos medicamentos com base em canabidiol no país, medida que visa democratizar o consumo dessa substância.
Atualmente, o medicamento utilizado no tratamento da TDAH é um óleo de canabidiol, que pode ser prescrito de acordo com cada caso, já que a porcentagem da substância varia de acordo com as necessidades. Você pode conhecer mais sobre esses remédios neste site.