O balanço do primeiro semestre das exportações de carne suína divulgado pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) apresentou bons resultados: além do crescimento de quase um quarto na demanda, a receita cambial foi 23,4% maior do que no mesmo período de 2018.
Assumindo o posto de principal destino das exportações, a China comprou o total de 91,2 mil toneladas no primeiro semestre de 2019. O crescimento de 30,7% é atribuído à epidemia de Peste Suína Africana, que atingiu o País ao longo do ano, e o embate mercadológico com os Estados Unidos. Apesar de inofensiva para os humanos, a doença é letal para os suínos, além de extremamente contagiosa.
Exportando para mais de 30 países, dentre eles Hong Kong, no sudeste da China, a fabricante Alegra, sediada em Castro (PR), destina um quarto de sua produção anual para o mercado externo. Das 120 mil toneladas de carne suína processadas por ano, 30 mil são exportadas. Thomas Domhoff, CEO da Castrolanda, cooperativa que integra a marca Unium assim como a Alegra, avalia que a crise chinesa é uma boa oportunidade para o mercado mundial. “As exportações de carne suína vêm crescendo desde o início do ano. A crise na China movimentou ainda mais o setor e, para os produtores brasileiros, é um bom momento para se fixarem no mercado externo”, avalia Domhoff.
Em fevereiro, as exportações haviam gerado mais de US$ 100 milhões em receita cambial, com o volume de exportações 26,5% maior se comparado ao mesmo período em 2018. Quatro meses depois, em junho, foram 63,6 mil toneladas exportadas, gerando US$ 137,7 milhões em receita, valor 111,9% maior ao registrado em 2018.