Os últimos dias do futebol internacional estão turbulentos. Isso por conta de um anúncio recente da entidade máxima da modalidade, a Fifa, anunciar um novo modelo para a principal disputa de clubes do mundo.
O já famoso Mundial de Clubes Fifa terá, a partir de 2021, edições a cada quatro anos, como já acontece na disputa de seleções. A ideia, segundo a entidade, é que 24 times façam parte do torneio. Serão oito times europeus e seis da América do Sul. A data seria na janela que é usada pela Copa das Confederações, que deixa de existir e era considerado fracasso de público. Normalmente, a Fifa via o torneio como um evento teste para a Copa do Mundo, que acontece logo no ano seguinte.
O local da primeira disputa, em três anos, ainda não foi definido. Seguindo a lógica, tudo deveria acontecer no Catar, que sediará a disputa de nações em 2022. Mas a confirmação não veio por conta do clima do país do Oriente Médio, que já empurrou a Copa para o final do ano, evitando o calor extremo que pode chegar a 50 graus.
Assim, logo a sede deve ser definida para começarem os preparativos.
A Fifa ainda liberou para que cada entidade continental defina os critérios de classificação dos participantes, o que gerou bastante controvérsia, já que as regras de cada continente podem variar. Por exemplo, na América do Sul, a Conmebol dá a vaga ao campeão da Libertadores da América de todos os anos para a disputa mundial – a UEFA convoca o time campeão da Champions League – e assim por diante. Hoje, o favorito para o título europeu é o Manchester City, de Gabriel Jesus, conforme aponta a plataforma de apostas esportivas online Betway, pagando 3,25 pra 1 (dados extraídos no dia 19 de março de 2019).
As discussões estão em torno de um possível enfraquecimento da Libertadores por isso e de uma possível criação de ranking para a definição dos classificados. Os clubes argumentam que cada competição nacional tem diferentes níveis técnicos e assim, ficaria difícil eleger os participantes de maneira justa.
O mundial anual ainda acontecerá no formato atual em 2019 e 2020 e os critérios de classificação seguem os mesmos.
Pouco antes do anúncio do novo torneio, os clubes europeus ameaçaram boicotar a disputa. A Associação dos Clubes Europeus emitiu uma nota de repúdio a Infantino, presidente da Fifa, assinada por 15 times – entre eles Juventus, Real Madrid, Ajax, PSG e Barcelona. O documento diz que “frontalmente contra a aprovação de um novo Mundial de Clubes neste momento e confirma que nenhum membro da ECA vai disputar essa competição”. Além disso, e UEFA já aprovou, junto com as federações de todos países integrantes da entidade, calendários até 2024. Dentro da Fifa, existe o medo que assim, o Mundial de Clubes perca ainda mais sua relevância.
Essa não é a primeira decisão polêmica da entidade máxima da modalidade desde que Infantino assumiu a presidência. Em sua concepção, o mundial de seleções, a famosa Copa do Mundo, deverá ter 48 equipes ao invés de 32, como acontece hoje.
O Conselho da entidade decidiu aceitar e dar andamento a proposta, com a tentativa de colocá-la em prática já no Mundial do Catar, em 2022.
“Enviamos um relatório de viabilidade para o nosso Conselho e concluímos que é possível fazer com 48 seleções, desde que atendidas algumas condições. Se for possível, ótimo. Se não for, ótimo também. Aumentar a Copa de 2022 para 48 seleções não é uma decisão simples. Vamos decidir isso em junho, junto com o Catar”, comentou o italiano em entrevista coletiva.
“Se formos ampliar, outros países terão que receber jogos. No próximo passo, vamos analisar quais países podem receber mais jogos na Copa de Mundo de 2022. E vamos tomar uma decisão no nosso Congresso, em junho, quando os 211 filiados vão votar”, completou Infantino.
É claro que mais críticas apareceram – entre eles, do maior jogador argentino de todos os tempos, Diego Maradona. Em entrevista recente, camisa 10 disse “se Infantino quer fazer disto um show de intervalo, é uma vergonha, tentar copiar os americanos. O futebol é outra coisa, não é o Super Bowl”, se referindo a Futebol Americano, principal evento esportivo do mundo.