A pressão do Centrão para que o presidente Lula (PT) faça mudanças na Esplanada dos Ministérios aumentou nesta semana. Em especial, três ministros estão na mira de possíveis trocas: Daniela Carneiro, do Turismo, Juscelino Filho, das Comunicações, e Waldez Góes, da Integração e do Desenvolvimento Regional.
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Em comum, os três são indicações do União Brasil, sigla que não tem sido fiel ao governo em votações de matérias importantes, como PL das Fake News e mudanças no arcabouço fiscal. Além dos três ministérios, o partido ainda acumula 59 deputados na Câmara.
Nesta 2ª feira (12.jun), em coletiva de imprensa, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, admitiu que o União Brasil “vem apresentando desejo de reformulação da representação dos seus três ministros indicados”.
Padilha classificou esse movimento como “natural”, mas salientou que esse assunto deve ser discutido com o partido. Segundo ele, Lula deve se reunir com todos os ministros nesta 5ª feira (15.jun).
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Daniela Carneiro, do Turismo
A principal mudança pode acontecer no Ministério do Turismo, sob o comando de Daniela Carneiro, de 47 anos. A deputada carioca foi indicada pelo próprio União Brasil ao presidente Lula, mas pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desfiliação da sigla.
À Corte, ela justificou que sofreu “assédio” político pela direção nacional do partido. Agora, o União Brasil pressiona Lula para que troque a ministra por Celso Sabino (União Brasil-PA), ex-tucano e ex-aliado do ex-presidente Bolsonaro.
Daniela é casada com o prefeito de Belford Roxo (RJ), Wagner Carneiro, conhecido no meio político como Waguinho. Evangélico, o casal declarou apoio a Lula no segundo turno da corrida presidencial de 2022.
Juscelino Filho, das Comunicações
Deputado federal pelo Maranhão, Juscelino Filho, 38, se envolveu em polêmica com uso de dinheiro público no começo do governo Lula. Uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostrou que o ministro teria aproveitado viagens oficiais para participar de compromissos particulares em São Paulo.
Filho chamou as acusações de “infundadas” e chegou a se reunir com o presidente da República para dar explicações sobre o caso.
Waldez Góes, da Integração e do Desenvolvimento Regional
Indicado pelo senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) à Esplanada de Lula, Góes, 61, foi governador do Amapá de 2003 a 2010 e de 2015 a 2022.
Filiado ao PDT, também foi deputado estadual de 1991 a 1999.