Alvos da Operação Gênesis, deflagrada na manhã desta terça-feira (7) com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que aplicava golpes virtuais, mantinham uma vida de ostentação e um deles, segundo o delegado Pablo Carneiro, gastou R$ 15 mil em apenas uma noite em um boliche em Cuiabá.
Os delegados Pablo Carneiro e Luciani Pereira deram entrevista à imprensa hoje (7), na sede da Delegacia de Estelionatos, em Cuiabá, e passaram mais detalhes da operação. Dos 54 mandados de prisão, 36 já foram cumpridos até o momento, sendo 6 destes moradores do Bairro Despraiado, na Capital.
As investigações ainda estão em andamento, mas a polícia já apurou que a quadrilha furtou mais de R$ 1 milhão de 19 vítimas. A delegada Luciani, no entanto, afirmou que “sem nenhuma dúvida” o dinheiro obtido com os golpes é bem acima do que já foi apurado até o momento. Com o dinheiro das vítimas os suspeitos mantinham uma vida de ostentação.
“E o dinheiro que vem fácil, eles gastam de forma fácil também, não dão valor, sabem que vai entrar mais dinheiro. Então boates, festas, enfim, tinham essa ostentação”, disse a delegada.
Os principais golpes aplicados eram os conhecidos como do “perfil falso de Whatsapp” e do “falso intermediador de vendas”. O delegado Pablo Carneiro afirmou que as vítimas pertencem a diferentes classes sociais e com o dinheiro um dos suspeitos chegou a gastar R$ 15 mil de uma vez.
“Estes indivíduos costumam ostentar muito nas redes sociais, então a gente tem vários vídeos gastando, temos informação de um dos suspeitos, que foi preso, que em apenas uma noite relata que gastou R$ 15 mil em um boliche aqui da cidade, então eles costumam manter esta vida de ostentação”, contou.
A organização criminosa tinha escritórios espalhados por toda a cidade, segundo a Polícia Civil. Também foi apurado que os próprios membros, nos mesmos moldes de facções criminosas envolvidas com tráfico de drogas, tinham que pagar mensalidades à organização.
Os presos
Foram expedidos 54 mandados de prisão preventiva e 43 de busca e apreensão contra a organização criminosa. As diligências ainda estão em andamento, mas até a manhã desta terça-feira (7) 36 já haviam sido presos.
“Os outros, até o momento, nós não conseguimos localizar o paradeiro, mas as buscas, ainda no dia de hoje, vão continuar e até que todos sejam cumpridos a Delegacia de Estelionatos também vai empreender esforços […] vai ser preso mais cedo ou mais tarde então a gente já sugere que procure a delegacia, se entregue que vai ser mais fácil”, disse o delegado Pablo Carneiro.
Ele também afirmou que vários alvos da operação são parentes. No entanto, todos os vínculos ainda estão sendo apurados.
“Nós temos 4 irmãos, inclusive um dos que está em Portugal é parente desses que estão presos. Temos tio, sobrinho e outros nós vamos confirmar o parentesco […] alguns são namorados, vários são casais, mas a gente vai aprofundar agora nestes próximos 10 dias para conseguir delimitar qual seria o vínculo de cada um deles”.