“Uma vida dedicada à extensão rural em Mato Grosso”. Assim se define Hortêncio Paro, que durante 48 anos desempenhou sua função como pesquisador da Empaer (Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural).
Segundo ele, atualmente com 78 anos com boa parte deles dedicada à empresa, “Mato Grosso se transformar no maior produtor de soja do Brasil é resultado de 50 anos de muito trabalho. Dá orgulho e satisfação ver o estado ser conhecido nacional e mundialmente pelo retorno econômico da versatilidade do grão, utilizado pela indústria como fonte de proteína para a criação animal, produção de óleo vegetal e até na produção de biocombustíveis”, destaca.
Hortêncio conta que esta história começou a ser traçada com a realização do 1º Dia de Campo, em 19 de março de 1977, na cidade de Rondonópolis, na Fazenda Ouro Verde. Na época, para plantar a primeira safra de soja no estado, o Centro de Pesquisa Agropecuário do Cerrado da Embrapa, em Brasília, disponibilizou o material genético para o plantio experimental.
A espécie plantada foi a IAC2, desenvolvida pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Hortêncio lembra que para fazer o manejo do solo seria necessário plantar arroz antes de começar o cultivo da soja. O processo de desmate do cerrado ocorreu com ajuda do Governo Militar, que criou a Companhia Brasileira de Tratores (CBT).
Em 1992, a Emater se une à Empresa de Pesquisa Agropecuária (Empa) e a Companhia de Desenvolvimento Agrícola (Coadeagri), formando a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer).
Junto com a soja, Hortêncio também coordenou pesquisas e assistências técnicas nas culturas de algodão, milho, arroz, amendoim, mamona, gergelim, girassol e trigo. Este último, plantado de forma experimental há mais 40 anos no Estado.
Deixou de legado na época o Boletim do Trigo, documento considerado referência para os produtores rurais. “Todo trabalho de pesquisa foi tratado neste boletim – variedades, época de plantio, traços culturais, fungicida, inseticida, data da colheita, equipamento e espaçamento. Tudo para auxiliar o agricultor”.
Extensão Rural
Hortêncio lembra que começou sua carreira profissional como extensionista local no município de Fátima do Sul (Mato Grosso do Sul). Foi assessor de agricultura do escritório regional em Dourados e supervisor regional em Três Lagoas.
Na Empaer, chegou ao escritório Central em Cuiabá para coordenar a introdução da soja no estado. Em 1979, deu início ao cultivo do trigo no município de Chapada dos Guimarães, testando variedades por meio de Unidades de Observação de Trigo de Sequeiro.
O pesquisador aderiu ao Plano de Demissão Voluntária (PDV), em 2021.
Foto: Empaer