O projeto para acolhimento de pais de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e professores que atuam diretamente no ensino desses alunos no município foi finalizado, nesta quinta-feira (17), pela Secretaria de Educação de Lucas do Rio Verde. Segundo a pasta, estão matriculados na rede municipal 103 alunos com TEA.
Nomeado “Transformando Experiências em Amor”, o objetivo da ação foi entender melhor as especificidades do autismo. O foco foi a construção de uma base de apoio para o bom desenvolvimento da criança, seja em casa ou na escola, para enfrentar as dificuldades.
TEA é a sigla para Transtorno do Espectro Autista, um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades.
Para encerrar o ciclo de encontros, a vereadora Maysa Leão, de Cuiabá, foi a convidada responsável por ministrar a última palestra desse ano relacionada ao tema. A parlamentar é mãe de uma criança com autismo e uma das figuras no estado engajadas na luta das pessoas com TEA.
“Levar a inclusão para a escola é muito importante, mas não é papel só da comunidade escolar e da rede, é papel também da família. Hoje não temos algo parecido em Cuiabá, de acompanhamento com os pais, esse retorno do que as crianças aprendem na escola, a evolução da criança em casa. Essa ponte família-escola é o que faz a diferença na vida da criança”, pontuou Maysa.
A secretária de Educação, Elaine Lovatel, explica que olhar para as famílias é fundamental, dando espaço e voz para que relatem e troquem suas experiências, incentivando e proporcionando o que for necessário para o ensino e aprendizado dos alunos com autismo.
“O projeto foi pensado com carinho para o acolhimento aos pais. Além das crianças, precisamos também olhar para essas famílias, para que entre elas compartilhem experiências e desafios e possam ver possibilidades. Um fortalece o outro, o fortalecimento com o filho, com o aluno, fortalece o seu desenvolvimento. Essa junção de olhares vai fazer com que o ensino e aprendizagem deles melhore”, disse a secretária Elaine.
Daniel Pantoja é um dos pais que frequentou os encontros do projeto ao decorrer do ano e celebra a possibilidade de ter esse espaço de troca. “Principalmente a inclusão, me sentia uma pessoa bem isolada. Eu não tinha contato com pais de outras crianças autistas. Trocar experiências, ter contato com pessoas que trabalham na área é muito bom”, destacou o pai.
Cleane da Silva Batista é uma das mães acolhidas no Transformando Experiências em Amor e conta como foi beneficiada. “Foi maravilhoso, é uma troca de experiências. Vejo que vamos aprendendo cada vez mais porque a gente não sabe lidar e muitas vezes outras mães sabem, e isso nos ajuda no dia a dia”.
Uma das idealizadoras do projeto, Ana Cristina Blessa, assessora pedagógica da Secretaria de Educação que atua na educação especial, recorda o início das ações e o intuito de envolver também as famílias, além da comunidade escolar.
“Observamos esse ano mais de 100 crianças matriculadas e laudadas com autismo. Além da formação, começamos a entender que as famílias também precisavam de acolhimento. Organizamos grupos, rodas de conversa, com a parceria da equipe Anjos da Escola. Ouvimos e acolhemos pais e professores para pensar em quais tipos de ações podemos olhar para o futuro, para pensar e ampliar esse olhar sobre o espectro autista”, completou Ana.
A Secretaria de Educação estuda implantar para o próximo ano novas ações sobre o TEA, envolvendo famílias e a comunidade escolar.