Quais remédios para ressaca que funcionam? Se você foi longe demais com o álcool , estará sofrendo as consequências da intoxicação. Seu corpo protesta e você provavelmente terá ‘a pior ressaca da sua vida’.
O que você pode fazer para combatê-lo? Coisa pequena, pois esse desconforto vai durar cerca de 24 horas. Mas existem remédios que podem ajudá-lo a diminuir os efeitos.
Antes de explicar o que você deve fazer para combater os estragos de uma noite sem limites, explicamos como essa toxina é metabolizada e por que você se sente tão mal.
Por que o álcool nos intoxica?
Quando ingerimos álcool, o estômago o transforma em acetaldeído, substância tóxica responsável pela maioria dos sintomas, graças à enzima álcool desidrogenase. Para metabolizá-lo, o fígado intervém através da enzima aldeído desidrogenases que o converte em acetato, menos tóxico, e é eliminado. Mas se formos longe demais com as bebidas, nosso corpo não tem tempo nem capacidade de transformar o acetaldeído em acetato. Resultado? Intoxicação e embriaguez, ou seja, diminuição das capacidades físicas e mentais e, no dia seguinte, ressaca.
Por outro lado, a velocidade com que o corpo absorve o álcool, o metaboliza e nos intoxicamos depende de vários fatores: o teor alcoólico da bebida alcoólica (se for maior, é absorvido mais rapidamente); o tipo de bebida; se tiver o estômago vazio ou cheio (ao comer, especialmente hidratos de carbono e beber água, a absorção é mais lenta). Depende também da idade (pessoas mais velhas têm menos capacidade de eliminar a toxina) e do sexo. Os níveis de álcool desidrogenase são mais baixos nas mulheres, razão pela qual elas têm menos tolerância e o álcool as afeta mais cedo.
O que é ressaca?
“A ressaca é causada pela queda repentina da concentração de álcool no sangue após o consumo abusivo/compulsivo de álcool, dando origem a um quadro com várias consequências: desidratação, hipoglicemia, desconforto gástrico…”, explica a Dra. María Sales Gilabert, membro do o Grupo de Trabalho de Saúde Mental da Sociedade Espanhola de Médicos de Atenção Primária (Semergen). Especificamente, o consumo de álcool tem vários efeitos em diferentes órgãos do corpo:
- No cérebro, o álcool causa desidratação das meninges e vasodilatação.
- No fígado dificulta a transformação do acetaldeído em acetato.
- Os rins reabsorvem menos líquido diminuindo a produção do hormônio antidiurético na glândula pituitária, aumentando assim a diurese, ou seja, a vontade de urinar. A desidratação causa dor de cabeça.
- No estômago aumenta a secreção ácida e produz irritação da mucosa gástrica.
- Na pele, a sudorese aumenta e por isso há mais perda de líquidos e maior desidratação.
- No coração produz taquicardia devido à desidratação e toxicidade do acetaldeído.
- Nos pulmões, aumenta a chance de pneumonia por aspiração (uma infecção pulmonar após a inalação de alimentos, líquidos ou vômitos nos pulmões).
Que fatores a agravam?
Existem fatores que podem fazer você passar uma noite pior e no dia seguinte você nem quer sair da cama. Segundo o especialista da Semergen: “além de beber de estômago vazio e/ou beber rápido, misturar diferentes tipos de bebidas alcoólicas nos faz pagar as consequências no dia seguinte. Bebidas de ‘má qualidade’ ou, coloquialmente conhecida como jarra, pioram a ressaca porque tem mais congêneres (álcoois adicionais, aditivos) que a aumentam. O mesmo acontece com a mistura de vários tipos de bebidas alcoólicas, pois também aumenta a quantidade de congêneres ingeridos.”
Por outro lado, para a mesma ingestão de álcool, as pessoas que fumam mais têm ressacas piores, de acordo com um estudo publicado no Journal of Studies on Alcohol and Drugs . “Tanto a nicotina quanto o álcool aumentam a liberação de dopamina no sistema límbico (ligado às emoções e à memória, entre outros) e, juntos, aumentam a ressaca. Além disso, a nicotina diminui a sonolência produzida pelo álcool, atuando como estimulante”, complementa.
Existem remédios que podem aliviar a ressaca?
A única maneira de preparar o corpo para evitar uma ressaca no dia seguinte é evitar o consumo excessivo de álcool em primeiro lugar. No entanto, podemos reduzir sua intensidade evitando as dicas que detalhamos acima e, além disso, colocando em prática o seguinte:
Tenha o estômago cheio: Comida e água não impedirão que seu corpo absorva álcool porque ele já estará dentro. No entanto, pode reduzir o nível máximo de concentração no sangue. “ É indicado consumir preferencialmente carboidratos. Da mesma forma, leite ou óleo retardam a absorção do álcool, minimizando a ressaca”, diz o médico. Além disso, é importante repor os líquidos com água ou sucos (naturais) enquanto as bebidas alcoólicas estão sendo consumidas para evitar a desidratação.
Reidratar e reabastecer a glicose: como o álcool é um diurético, a perda de líquidos é rápida e isso causa desidratação. Se você bebe à noite, é importante ter uma garrafa à mão para reidratar e reduzir o desconforto na manhã seguinte. Se você adormeceu e não bebeu durante a noite, faça isso assim que acordar. “ Você também pode recorrer a bebidas isotônicas, ricas em glicose e eletrólitos, reidratar e repor essas substâncias”, recomenda o especialista.
Se você for tomar café no café da manhã, pense duas vezes: “a cafeína é diurética e fará com que a desidratação seja maior”, diz a especialista Ata Pouramini, autora de You are your Medicine. É melhor que você opte por beber líquidos açucarados, por exemplo, sucos de frutas (não cítricos porque aumentam a acidez). Além disso, de acordo com um estudo da Sociedade Real Inglesa de Química (John Emsley), a frutose contida na fruta pode ser útil na redução dos sintomas da ressaca.
Para lanche, frutas e nozes: quando você bebe álcool você urina mais, perde mais líquidos e com eles sais minerais como o potássio. Um déficit de potássio pode alterar sua pressão arterial. As bananas são alimentos ricos em potássio, então comê-los vai te consertar. Também é conveniente que, mesmo com falta de apetite, coma mais vezes e menos quantidade. Por exemplo, você pode tomar nozes para manter os níveis de insulina estáveis e evitar a ocorrência de baixo nível de açúcar no sangue. Além disso, são ricos em vitamina B1 que ajuda a reverter a neurotoxicidade causada pelo álcool.
Decantar para peixe ou ovos: o peixe também tem vitamina B1, por isso ajuda a combater a ressaca. Em relação aos ovos, “segundo o Centro Médico da Universidade de Maryland, a cisteína que eles contêm interromperia a produção de acetaldeído, evitando assim dores de cabeça”, diz a Dra. María Sales.
Adicione gengibre aos seus pratos ou tome-o como uma infusão: provou ser um bom aliado para combater náuseas e tonturas. Você pode ralar e vestir uma salada ou beber. Para fazer isso, corte dez fatias, ferva-as em água e misture com suco de limão e um pouco de mel. Tome durante o dia para aliviar o desconforto.
Sem sauna: Acredita-se erroneamente que, para combater a ressaca, é melhor entrar na sauna para eliminar toxinas. Nada está mais longe da realidade. Como lembra Pouramini, “a combinação de álcool, altas temperaturas e suor pode levar a um nível alarmante de desidratação. Na verdade, é um conselho muito perigoso que deve ser evitado a todo custo, pois uma desidratação grave pode comprometer seriamente a saúde”.
O que você não deve fazer para combater a ressaca?
Medicamentos: tomar paracetamol mais álcool aumenta o dano hepático causado pelo etanol. Por outro lado, o ibuprofeno agravaria os problemas digestivos. Veja também: Cuidado ao misturar álcool e medicamentos .
Junk food: alimentos ricos em gordura no dia seguinte aumentarão o desconforto gastrointestinal derivado do abuso de álcool (inchaço, queimação…).
Continue bebendo: a única coisa que a bengala do dia seguinte faz é retardar o aparecimento de alguns dos sintomas da ressaca.
Cola ou bebidas com cafeína: não ajudam a superar a ressaca. Sua ingestão é positiva na medida em que envolve a ingestão de água e glicose. Mas a cafeína que contêm aumenta a desidratação porque é diurética e o desconforto gástrico porque aumenta a secreção ácida. Por outro lado, líquidos com bolhas abrem o piloro, aumentando o trânsito gastrointestinal do álcool e sua absorção no intestino delgado.
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