O presidente do Sistema Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Gustavo de Oliveira, avaliou que o reajuste na bandeira tarifária vermelha patamar 2 da energia elétrica, aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no último mês de junho, deve aumentar as contas de energia da indústria no Estado em 4%. Este aumento deve ser repassado nos preços dos produtos, mas também deve haver uma queda nas margens de lucro das empresas. Com a perspectiva ainda de aumento dos custos da energia elétrica, setores da indústria tem buscado outras alternativas para baratear este custo.
O sistema de bandeiras é um indicador do valor da energia – de quanto está custando para o Sistema Interligado Nacional (SIN) gerar a energia usada nas casas, nos estabelecimentos comerciais e nas indústrias. Quando a conta de luz é calculada pela bandeira verde, significa que a conta não sofre nenhum acréscimo. Já a bandeira amarela significa que as condições de geração de energia não estão favoráveis, e a conta sofre acréscimo de R$ 1,874 por 100 kWh consumido. A bandeira vermelha mostra que está mais caro gerar energia naquele período.
A bandeira vermelha é dividida em dois patamares. No primeiro patamar, o valor adicional cobrado passa a ser proporcional ao consumo, na razão de R$ 3,971 por 100 kWh; o patamar 2 aplica a razão de R$ 9,492 por 100 kWh. No último mês de junho a Aneel aprovou o reajuste da bandeira vermelha patamar 2, que por causa da crise hídrica é a que está em vigor no momento. De acordo com o presidente da Fiemt, Gustavo de Oliveira, este reajuste deve refletir em um aumento de 4% nas contas de energia da indústria.
“Nós pudemos perceber nesta última reunião da Aneel, que deliberou sobre o aumento dos valores a serem cobrados dos contribuintes por conta da crise hídrica no país, que algumas informações são muito importantes, o primeiro é que, claro, com o aumento já deliberado de mais de 50% sobre a tarifa da bandeira vermelha, as indústrias deverão ter um impacto estimado em torno de 4% de aumento na sua conta de energia”.
Segundo Gustavo, além do aumento do custo para a indústria, deve haver também uma queda nas margens de lucro e um repasse para o consumidor.
“Em um cenário onde já temos uma grande pressão inflacionária, e onde as indústrias estão operando com custos muito pressionados, isso vai levar a um reajuste de preços e obviamente também a um sacrifício de margens por conta da indústria. Diante disso, muitas indústrias já estão se movimentando, buscando alternativas para baratear o seu custo de energia”.
A resposta da indústria tem sido na substituição de equipamentos, para aqueles que consomem menos energia, bem como na busca por meios alternativos de fornecimento de energia, como a geração por energia solar.
“Existem projetos de eficiência energética, com substituição de equipamentos, lâmpadas, ar condicionado e uma série de outros equipamentos elétricos, para ganhar mais eficiência, ou seja, produzir a mesma coisa com um consumo menor de energia. Também há a busca por alternativas de fornecimento, desde a migração para o mercado livre até a instalação de geração própria, com painéis fotovoltaicos, e também mudança de matriz energética. Muitas indústrias já estão sinalizando deixar de consumir energia elétrica em seus fornos e outras aplicações, e migrar para o gás natural e outras fontes que devem ter uma pressão menor de preço nos próximos meses”, explicou Gustavo.
Ainda não é possível avaliar de quanto será o impacto nos preços para o consumidor final, mas a Fiemt afirmou que continuará monitorando as decisões da Aneel e orientando os empresários para que tomem as melhores decisões.
“Vamos continuar acompanhando o consumo industrial, continuar acompanhando o efeito das próximas decisões da Aneel sobre os custos das indústrias e orientar os empresários para que eles possam tomar decisões no sentido de economizar energia e ter mais eficiência no uso da energia elétrica”, disse o presidente da Federação.