Duas cartas, uma endereçada ao Ministro da Infraestrutura e outra ao presidente do Senado Federal, foram aprovadas durante o lançamento do Movimento Pró 3 Ferrovias. O ato aconteceu ontem à noite na Câmara de Vereadores. Documentos foram assinados por representantes do Poder Público, entidades e pessoas presentes ao ato de lançamento. Participaram do ato representantes de Nova Ubiratã e de Sinop.
Durante o lançamento, o coordenador do movimento, analista Vicente Vuolo, fez uma exposição dos três projetos de ferrovias. Vuolo apresentou num mapa o traçado de cada uma delas. Ele assinalou que estava havendo disputas políticas em torno dos projetos, resultando em dificuldades no andamento das propostas. O projeto, que significa o marco do setor ferroviário, chegou a ser pautado para ser votado, mas retirado de pauta. O analista procurou o Ministério e, com base no que foi apurado, decidiu lançar o movimento para unificar esforços para a execução dos três projetos ferroviários no Estado.
Vuolo observou que nos EUA o número de ferrovias que cruzam o país mostra a importância deste modal. Todavia, ele destacou a importância das rodovias, que continuarão tendo relevância no atendimento da população. Além das ferrovias, o analista lembrou que o país ainda pode contar com hidrovias.
Política
Na abertura, o coordenador anunciou que o Movimento é suprapartidário. Um dos representantes de entidades, Antonio Lira, revelou ter questionado Vuolo sobre a preocupação de não envolver política. Presidente do Sindicato Rural, Lira reforçou essa proposta. “Pedimos que não seja politizado e que todo mundo abrace essa causa sem cor partidária, sem defender ninguém, mas defender o progresso da região, de Lucas do Rio Verde”, destacou o presidente. Lira também exaltou a iniciativa do governo federal. “Não querendo fazer política, mas se nós quisermos que isso tudo continue, querer ver os trilhos passarem por nossa região, nós temos que ajudar o nosso presidente e mantê-lo no poder, reelegê-lo ano que vem”.
O presidente da Câmara, Daltro Figur, e o deputado estadual, Giberto Cattani, também exaltaram a necessidade de união da comunidade para que a vinda das ferrovias ao Estado.
Números favoráveis
Último a se pronunciar no lançamento do movimento foi o prefeito Miguel Vaz. Ele apresentou dados que comprovam a necessidade de melhorar a qualidade no escoamento de grãos. Conforme Miguel, os municípios da região norte e médio norte são responsáveis pela produção de grande parte da produção de grãos do Estado. Na última safra, foram produzidos 14 milhões de toneladas de soja. No Estado foram produzidos 37 milhões de toneladas.
O gestor observou que Mato Grosso tem uma área de 91 milhões de hectares, dos quais 10,8 milhões foram ocupados com soja. Outros 26 milhões são de pastagens. Nos próximos anos, a estimativa é que cerca de metade dela seja convertida para agricultura. Miguel acredita que a pecuária continuará mantendo o nível de produção, tendo em vista o avanço tecnológico. “Se a gente for bem conservador nos cálculos, entre 10 e 20 anos nós dobraremos a produção. A velocidade, a capacidade de avanço hoje em dia é muito maior”, comentou. “Imagine tudo isso sendo escoado pela precária BR 163”, emendou.
Em relação ao transporte rodoviário, Miguel acredita que haverá oportunidades ainda maiores para o segmento. “Quanto menor o custo do frete, mais áreas disponíveis no Estado de Mato Grosso serão abertas, mais distante das rodovias. Todo esse volume, nesse aumento de área, será escoado por rodovias. E esse trajeto será feito por caminhões. Vai ter carga pra todo mundo, para rodoviário e para ferroviário”, destaca.
Encaminhamentos
Nos próximos dias, Vuolo espera realizar um encontro em Brasília. Para essa que isso ocorra, o coordenador destacou que os representantes políticos de Mato Grosso terão papel fundamental. “Conversei com o senador (Carlos) Fávaro, não pode estar presente por ter compromisso em Brasília, e nós vamos solicitar que ele ajude a encaminhar, o mais rápido possível, uma audiência com o presidente do Senado Federal, como também o Ministro Tarcísio de Freitas, com a participação maciça de representantes de entidades. Deverá ir uma grande caravana pra Brasília”, aposta.