Nesta terça-feira (16.02), peritos oficiais criminais da Coordenadoria de Perícias em Biologia Molecular da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) participaram de um treinamento teórico para o processamento de amostras de vestígios de crimes sexuais. A capacitação é necessária devido à alteração do fluxo de atendimento destes casos, adotado pela Coordenadoria desde agosto do ano passado, para a otimização no processamento de amostras custodiadas pela Politec.
Os assuntos abordados nos conteúdos teóricos foram os tipos de amostras coletadas, confronto genético, estrutura e composição do DNA, procedimentos adotados pelo setor, etapas do processamento das amostras, dentre outros.
A Coordenadoria de Perícias em Biologia Molecular da Politec é subdividida em duas áreas, sendo elas a Biologia Forense e o DNA. Antes de agosto de 2020, os exames laboratoriais que poderiam constatar a violência sexual era realizado por exame de PSA, que consiste na identificação da proteína prostática presente no sêmem, e de DNA, que excluía outros tipos de vestígios biológicos que pudessem materializar o crime.
“Quando a vítima passa por exame no IML, é coletada uma amostra de secreção vaginal ou anal, dependendo da violência, para se verificar se tem material masculino nesse swabe. Antes, nós fazíamos um exame de triagem na Biologia, no entanto, quando o PSA dá negativo, ou seja, a ausência de sêmen, não significa a ausência de material genético masculino, porque podem ter células epiteliais masculinas presentes nesta amostra. Agora, com a alteração no fluxo de trabalho nós não fazemos mais o PSA, e a amostra já vai direto para o DNA para a quantificação, que nos diz a proporção de DNA que tem ali, e se a quantidade é o suficiente para outras etapas de análise”, explicou a coordenadora de perícias de Biologia Molecular, Késia Renata Lopes Lemos Mello.
O treinamento visa à capacitação dos peritos nas etapas de amplificação e para a obtenção do perfil genético. Com a migração da técnica, as respostas nos laudos estarão mais precisas e robustas. Para a Coordenadora, a nova rotina de trabalho irá contribuir para a inserção de dados no Banco de Perfis Genéticos, auxiliando ainda mais às investigações.
“Teremos a certeza de emitirmos um laudo que não tenha DNA do suposto agressor, ou que tem uma quantidade ínfima que a gente não consegue processar. Permite que não pecamos o material durante a etapa de triagem, que não nos diz muita coisa. A gente precisa saber se a quantidade de material masculino dessa amostra é suficiente para se conseguir um perfil que possibilite a identificação do suspeito, ou que dê um perfil para ser inserido no banco de dados como vestígio”, observou.
O treinamento prático dos servidores foi realizado em agosto do ano passado, onde eles foram capacitados nas etapas de amostragem, extração do DNA e quantificação.