O clima esquentou no Mato Grosso nesta segunda-feira (29/04).
O Governador Mauro Mendes (União Brasil) acusou o presidente francês Emmanuel Macron de usar o cacique Raoni como ferramenta para barrar a construção da Ferrogrão, uma ferrovia que ligaria Sinop (MT) a Miritituba (PA) para escoamento de grãos.
Segundo Mendes, Macron teria se reunido com Raoni, que está a mais de 300 km do trajeto da ferrovia, e o cacique teria saído do encontro falando mal do projeto. O governador acredita que Macron "capturou" Raoni para descredibilizar a Ferrogrão.
A Ferrogrão é um projeto ambicioso que visa impulsionar o agronegócio brasileiro, mas enfrenta forte oposição de grupos indígenas e ambientalistas. O projeto atravessa áreas de cerrado e floresta amazônica, o que gera preocupações com o impacto ambiental e social.
Mendes também acusa governos estrangeiros de financiar campanhas contra a Ferrogrão e o agronegócio brasileiro. Ele argumenta que esses países querem barrar a competitividade do Brasil no mercado internacional de alimentos.
O governador afirma que já conversou com Raoni e que o cacique seria favorável à construção da ferrovia. Ele ressalta que a Ferrogrão trará benefícios para as comunidades indígenas, como geração de emprego e renda.
Em março deste ano, os ministérios dos Povos Indígenas e dos Transportes definiram que 16 terras indígenas potencialmente impactadas pela Ferrogrão serão consultadas sobre o projeto. As consultas devem respeitar as particularidades e protocolos de cada povo.
As acusações de Mendes contra Macron aumentam a tensão entre a França e o Brasil. O futuro da Ferrogrão ainda é incerto, e o projeto se encontra em meio a uma disputa acirrada entre diferentes grupos de interesse.