Os alucinógenos são uma classe de drogas que causam à pessoa uma distorção profunda na percepção. De acordo com o médico mestrando em Neurociências, os alucinógenos alteram as percepções dos usuários, agindo em circuitos neurais no cérebro, particularmente no córtex pré-frontal, região do raciocínio lógico, o que também tem relação com a percepção, controle de humor e a cognição como um todo.
“Enquanto se pensa que as drogas dissociativas perturbam os transmissores de glutamato no cérebro, acredita-se que os alucinógenos afetem o neurotransmissor serotonina”, explicou.
Os alucinógenos também podem afetar regiões do cérebro que lidam com a regulação da excitação e das respostas fisiológicas ao estresse e ao pânico, de acordo com a pesquisa do Instituto Nacional de Abuso de Drogas (NIDA).
“De acordo com a pesquisa do NIDA, viagens ruins podem resultar em medo de perder o controle, insanidade ou morte. Os alucinógenos causam sensações de relaxamento (semelhantes aos efeitos de baixas doses de maconha), mas também podem causar nervosismo, paranóia e reações de pânico”, disse.
O médico explicou que Fenciclidina (PCP), cetamina e dextrometorfano (DXM) são três tipos comuns de anestésicos dissociativos. Tanto o PCP quanto a cetamina foram originalmente desenvolvidos como anestésicos gerais para serem usados durante a cirurgia. O dextrometorfano é um ingrediente comum em medicamentos supressores da tosse.
Vital também contou que a tolerância aos alucinógenos não é permanente. Se a pessoa parar de tomar o medicamento por vários dias, a tolerância desaparecerá.
“Flashbacks e psicose podem acontecer com qualquer pessoa, mas pesquisas mostram que são mais frequentemente observados em pacientes com histórico de problemas psicológicos”, finalizou.