True Crime: Entretenimento Sensacionalista ou Ferramenta de Justiça? Advogado comenta sobre Linha Direta

True Crime alem de Linha Direta veja outras producoes disponiveis no GloboPlay

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No cenário atual, o true crime se tornou um verdadeiro fenômeno cultural, despertando a curiosidade do público ávido por histórias macabras, mistérios intrigantes e reviravoltas surpreendentes. No entanto, enquanto essa nova forma de entretenimento ganha cada vez mais espaço, questionamentos sobre ética e sensacionalismo começam a surgir.

Segundo o advogado Dr. Gerlio Figueiredo, o programa Linha Direta, conhecido por reconstituir crimes e colaborar com as investigações, está vindo com uma nova abordagem, alguns casos que ainda não tiveram julgamento e condenação. “O programa sempre teve como objetivo buscar foragidos e destacar casos famosos, mas agora estamos vendo exposições de situações que ainda não possuem uma sentença condenatória. Isso pode prejudicar o devido processo legal”, alerta o advogado.

Há também casos piores, com programas policiais sensacionalistas que parecem não medir esforços para transformar investigações em verdadeiros shows televisivos. Essa abordagem, de acordo com o profissional, não apenas impacta negativamente o trabalho dos policiais, mas também desconsidera a gravidade dos crimes e a dor das vítimas.

Dr. Gerlio ressalta que é crucial refletirmos sobre o porquê do true crime estar se tornando um entretenimento tão popular. Enquanto muitos podcasts e programas contam histórias de forma cativante, é importante lembrar que estamos tratando de vidas reais, de tragédias humanas que afetam diretamente famílias e comunidades. “É fundamental que a abordagem desses casos seja feita com cuidado e respeito, com o objetivo de buscar justiça e trazer à tona discussões relevantes, e não apenas para alimentar a sede de sensacionalismo do público”, destaca o advogado.

O verdadeiro desafio está em encontrar um equilíbrio entre o entretenimento e a responsabilidade, para que o true crime possa cumprir seu propósito de trazer à luz crimes não resolvidos, combater a impunidade e, ao mesmo tempo, respeitar a dignidade das vítimas, a presunção de inocência dos acusados, e de todos os envolvidos.

Enquanto o debate sobre a ética e o impacto do true crime continua, é essencial que o público, os produtores de conteúdo e os veículos de comunicação levem em consideração o peso que suas escolhas têm na sociedade. Afinal, por trás de cada caso explorado, há uma história de sofrimento, dor e a busca por justiça que merece ser tratada com o devido cuidado e respeito.

Dr. Figueiredo alerta sobre os possíveis efeitos de investigações expostas em programas de entretenimento nos julgamentos: “É preciso ter cautela ao expor casos que ainda estão em andamento, sem uma sentença condenatória definitiva. A exposição midiática excessiva pode influenciar a opinião pública e até mesmo comprometer o devido processo legal, colocando em risco a imparcialidade e a justiça no julgamento.”

“No entanto, não podemos ignorar o potencial positivo que o programa Linha Direta, especificamente, tem ao ajudar na busca por foragidos e na resolução de casos não resolvidos. Quando utilizado de forma responsável, com foco na colaboração com as autoridades e no respeito às vítimas, esses programas podem fornecer informações cruciais que levam à captura de criminosos perigosos e à justiça sendo feita.”

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.