Descobrir formas naturais de proteger nosso cérebro é um tema cada vez mais relevante na ciência atual. Os nutracêuticos, que são alimentos ou parte de alimentos com propriedades medicinais, têm sido apontados como solução promissora na prevenção da doença de Parkinson, uma das principais doenças neurodegenerativas que afeta cerca de 1% da população mundial acima dos 60 anos. Um artigo publicado pelo Núcleo do Conhecimento, destaca a relevância desses compostos na prevenção e no tratamento da doença. Embora sua causa exata seja desconhecida, sabe-se que a degeneração dos neurônios dopaminérgicos na substância negra do cérebro é um dos principais fatores. E é nesse ponto que os nutracêuticos entram, oferecendo uma maneira natural e eficaz de proteger esses neurônios e prevenir a progressão da doença.
Nesse sentido, os nutracêuticos podem desempenhar um papel importante na neuroproteção e na prevenção da doença, pois esses compostos possuem propriedades medicinais e podem oferecer benefícios à saúde, além de sua função nutricional básica. Dentre os nutracêuticos estudados, destacam-se o ômega 3, a coenzima Q10, o licopeno, a curcumina e a vitamina D3. Esses compostos possuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, que podem proteger os neurônios dopaminérgicos e reduzir o estresse oxidativo, relacionado à degeneração neuronal.
Para Patrícia Santiago, médica pós graduada em Nutrologia, uma dieta rica em nutrientes é fundamental para a saúde cerebral e prevenção de doenças neurodegenerativas. “A dieta pode ser uma estratégia crucial para a prevenção de doenças neurodegenerativas, porque o cérebro precisa de nutrientes para a sua formação, desenvolvimento e manutenção de suas funções. A nutrição desempenha um papel importante no desempenho cognitivo, permitindo desenvolver plenamente o potencial físico e intelectual, sendo especialmente importante no desenvolvimento das diferentes fases da vida, desde a infância até a velhice”, afirma Patrícia.
Uma dieta rica em nutracêuticos pode ser benéfica para a saúde cerebral porque os antioxidantes ajudam a neutralizar os radicais livres, moléculas que modulam o estresse oxidativo e que podem causar danos às células cerebrais. O consumo adequado desses alimentos também traz benefícios como a prevenção de doenças neurodegenerativas, a melhora no funcionamento do intestino, a regulação dos hormônios da tireoide e o controle de glicemia e doenças cardiovasculares. Patrícia ressalta alimentos que podemos consumir diariamente para auxiliar nesse processo, “É importante inserir na dieta alimentos como frutas, castanhas do Pará, nozes, grão de soja, pistache, semente de girassol, azeitona, óleos de girassol e de bacalhau, temperos como a curcuma, proteína como ovos, peixes, frango, peru, carne vermelha e frutos do mar”, finaliza a médica.
Assim, a nutrição pode ser uma abordagem complementar ao tratamento convencional de doenças neurodegenerativas. Segundo Patrícia, “os nutracêuticos podem ser usados como uma abordagem terapêutica para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com doenças neurodegenerativas, além de ajudar a prevenir a progressão da doença”. No entanto, é importante ressaltar que o uso de nutracêuticos como terapia complementar deve ser realizado sob supervisão médica e nutricional, uma vez que alguns compostos podem interagir com medicamentos ou ter efeitos colaterais indesejáveis.