OMS não recomenda substituir margarina por manteiga, entenda a polêmica

Fonte: MF Press Global

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Nas últimas semanas, informações têm circulado nas redes sociais afirmando que a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda a troca de margarina por manteiga no dia a dia. Mas antes de espalhar essa novidade em sua torrada, vamos examinar os motivos por trás dessa recomendação e o que isso significa para a nossa saúde.

A Evolução da Margarina

A margarina teve uma mudança significativa nas fórmulas ao longo dos últimos anos, as versões mais antigas eram frequentemente feitas com gordura trans (hidrogenada), um tipo de gordura que se mostrou prejudicial para a saúde cardíaca. Mas felizmente, a médica  Lorena Balestra explica que a indústria de alimentos reformulou a margarina para eliminar a gordura trans. Hoje, a maioria das marcas do creme vegetal no mercado são isentas desse tipo de gordura, e as que possuem, têm menos de 0,2% na fórmula.

A Gordura Trans e a Saúde Cardíaca

A gordura trans hidrogenada, que costumava ser comum em margarinas antigas, é reconhecida como um grande fator de risco para doenças cardíacas. Ela aumenta os níveis de colesterol LDL (colesterol “ruim”) e reduz o colesterol HDL (colesterol “bom”), o que é uma combinação prejudicial. Além disso, pode aumentar as chances de doenças cardíacas.

A boa notícia é que, devido às pressões regulatórias e ao aumento da conscientização sobre os perigos da gordura trans, a maioria das margarinas modernas não contém mais esse ingrediente prejudicial. Portanto, a recomendação da OMS é baseada em margarinas que são livres de gordura trans.

Margarina vs. Manteiga: O que diz a ciência

Mas por que a OMS está recomendando margarina em vez de manteiga? A manteiga não é saudável? A resposta está nas evidências científicas atuais. Lorena explica que a margarina, quando feita sem gordura trans e com óleos vegetais como o óleo de canola ou de girassol, tem se mostrado consistentemente associada a melhores desfechos para a saúde cardíaca em comparação com a manteiga. Portanto, do ponto de vista do perfil lipídico, a margarina parece ser uma escolha mais saudável.

Evitar ambos no geral

No entanto, é importante observar que, embora a margarina possa ser uma escolha melhor em termos de saúde cardíaca do que a manteiga, a recomendação geral é evitar o consumo excessivo de ambos, “Ambos ainda são fontes de muitas calorias e gorduras, e um consumo excessivo de qualquer opção pode contribuir para o ganho de peso e para problemas de saúde. A chave para uma dieta saudável é a moderação e a variedade. Optar por um fiozinho de óleos vegetais, como o azeite de oliva também é uma boa opção”, afirma a médica.

Lembre-se ainda de sempre equilibrar sua dieta com uma variedade de alimentos saudáveis, como frutas, legumes, grãos integrais e proteínas magras.

Essa recomendação da OMS destaca a importância de fazer escolhas conscientes quando se trata de alimentos com alta quantidade de gorduras. Não é uma licença para consumir margarina em quantidades ilimitadas, mas sim uma sugestão para considerá-la como uma alternativa mais saudável à manteiga em algumas ocasiões, “Com as inúmeras possibilidades de marcas no mercado de ambos os produtos, é importante olhar as informações nutricionais para fazer a escolha correta para sua alimentação e seu objetivo nutricional”, finaliza a especialista.

Consulte um profissional de saúde ou nutricionista para orientações personalizadas sobre sua dieta.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.