Escolher uma profissão já não é tarefa fácil, mas pode ficar ainda mais complicada quando se é um superdotado. Essa condição significa ter habilidades intelectuais superiores à média. Isso se traduz muitas vezes em destaque em áreas como cognição, criatividade e desempenho acadêmico. Essas pessoas são geralmente boas em diversas áreas da vida cotidiana, tendo afinidade com muitos campos de atuação e profissões. E isso leva os superdotados, muitas vezes, a terem dúvidas de que área seguir, já que são eficientes em mais de uma carreira.
Dotado de um QI excepcionalmente alto, Arthur Oliveira transita entre ser um habilidoso professor de artes marciais e um consultor de administração financeira. Natural de Quirinópolis, no interior de Goiás, a sua rotina reflete um fenômeno comum entre os superdotados: a insatisfação crônica com uma única carreira e a constante busca por novos desafios.
Uma mente inquieta: O Perfil do superdotado
Pessoas superdotadas como Arthur frequentemente demonstram uma sede insaciável por conhecimento e experiências diversas. De acordo com o pós PHD em neurociência e especialista em comportamento humano e inteligência, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, a fadiga nesses indivíduos ocorre diante da rotina, porque muitas vezes eles apresentam um nível elevado de excitação cerebral e buscam constantemente estímulos intelectuais. “A monotonia da rotina pode levar a uma falta de desafios cognitivos, resultando em desinteresse e fadiga, já que seus cérebros anseiam cada vez mais por novidades e complexidade”, explica Fabiano.
Oliveira é comprovadamente Superdotado e conseguiu entrar nas sociedades de alto QI Mensa e IIS através de um teste que provou suas habilidades. Ele explica que nunca se sentiu satisfeito trabalhando em apenas uma área. “Hoje faço parte de uma sociedade de alto QI, e participo de um grupo de pesquisas sobre o assunto. Percebi que não estou sozinho. Muitos superdotados sentem-se insatisfeitos com seu trabalho e rotina, levando-os a mudar de carreira ou a acumular muitas profissões”, acrescenta o consultor.
O peso da escolha
Para Arthur, a escolha de uma profissão não é simples. “Isso ocorre porque ambas as carreiras satisfazem diferentes aspectos da minha personalidade e intelecto. Enquanto as artes marciais oferecem uma saída física e emocional, a consultoria financeira desafia a mente de forma analítica. Tenho também uma grande paixão por escrever textos e poemas. Estudo sobre comportamento humano e neurociência, além de tentar conciliar o tempo entre minhas atividades e o tempo que passo com a minha família”, destaca o professor.
Ele garante que diferente do que muitos pensam, para as empresas isso pode ser benéfico, afinal, a habilidade de se adaptar e explorar múltiplas paixões pode ser mais valiosa no mundo moderno do que a tradicional especialização em uma única área. “Muitos superdotados têm habilidades de entender o mercado financeiro, são ótimos em comunicação, e ainda lidam muito bem com os dilemas de outros colaboradores. Ter gestores como esses enriquece demais a equipe”, pondera Oliveira.