Um novo medicamento, chamado ND0612, apresentou resultados promissores na nova etapa de testes contra a doença de Parkinson de forma contínua e menos invasiva, o que pode ajudar a trazer melhores resultados no tratamento da doença.
As substâncias-base do medicamento já são conhecidas (levodopa e carbidopa), mas essa nova estratégia conta com um sistema inovador para manter a continuidade da aplicação, utilizando um aparelho, semelhante a uma bomba utilizada na administração de insulina, que fornece o medicamento sob a pele continuamente ao paciente.
O novo método pode beneficiar o tratamento de pacientes com Parkinson, melhorando a sua qualidade de vida e reduzindo movimentos involuntários, explica o neurocirurgião Dr. Bruno Burjaili.
“Este novo método, em estudos ainda considerados iniciais, apresentou eficácia superior ao tradicional para reduzir as alterações da doença, evitando a ‘ida e vinda’ dos sintomas (o famoso ON-OFF), além de reduzir o tempo de discinesia, que são os movimentos involuntários,e aumentar o tempo em que a pessoa fica bem, isto é, sem tremores, lentidão ou rigidez”. Explica.
No entanto, Dr. Bruno alerta que o possível novo tratamento não exclui necessariamente a indicação dos outros, como o marca-passo cerebral, em que é especializado.
“É normal que pesquisas desse tipo acendam a esperança e direcionem o foco dos pacientes para essa nova possibilidade, mas é importante ressaltar que ela não exclui ou adia a necessidade das outras modalidades. O novo método pode surgir como um complemento a diversas outras técnicas, como medicamentos, terapias e o marca-passo cerebral (o DBS), que fazemos com frequência, para trazer melhor qualidade de vida ao paciente”. Alerta. ‘O que não queremos é que a pessoa que conta com essa expectativa, em vez de se ajudar, deixe de buscar ou atrase o benefício daquilo que já sabemos ser eficaz.'” Complementa Dr. Bruno Burjaili.