Após a pandemia do COVID-19 o interesse pelos imóveis compactos no Brasil tem experimentado um aumento significativo. As estatísticas revelam que os apartamentos com metragem entre 41 m² e 60 m² destacam-se como os mais comercializados no país. Essas propriedades representam 38,6% dos lançamentos e 41,7% das vendas no solo nacional, conforme revelado por um estudo realizado em parceria entre o software de vendas imobiliárias CV CRM e a startup Dataland.
De acordo com o corretor de imóveis Rafael Scodelario, os brasileiros estão cada vez mais interessados em imóveis compactos, buscando economizar e conquistar a própria moradia, escapando do cenário de aluguéis, “Facilidades de acesso e incentivos governamentais, como financiamento via FGTS, acabam contribuindo para essa demanda. Programas como o “Minha Casa, Minha Vida”, tem sido um impulsionador significativo na escolha por propriedades menores. As pessoas buscam não apenas uma moradia, mas também oportunidades financeiras acessíveis. Isso porque é muito difícil que um brasileiro conquiste seu imóvel próprio ganhando um salário mínimo, por exemplo”, acrescenta o especialista.
A análise da pesquisa abrangeu 487 cidades brasileiras, de 2020 até agosto de 2023, “De acordo com os dados, a categoria “econômico” destaca-se, com imóveis avaliados até R$ 264 mil liderando as vendas, seguidos pelos imóveis da categoria “padrão”, com preços entre R$ 264 mil e R$ 500 mil”, destaca Scodelario.
Para o especialista, embora os imóveis acima de 251 m² representem 15,5% dos lançamentos e 18,3% das vendas, a preferência por unidades compactas é evidente, influenciada pela busca de melhor custo-benefício em meio à alta dos preços de aluguéis no pós-pandemia, “Com a pandemia, houve uma mudança no comportamento do consumidor, o priorizando espaços mais funcionais e financeiramente acessíveis. A opção por apartamentos menores é uma resposta direta a essa transformação nas necessidades habitacionais”, destaca o profissional.
Ele ainda afirma que do segundo trimestre de 2022 para o mesmo período de 2023, o estudo registrou uma redução de 22% nos lançamentos e 16% nas vendas. Essa queda é corroborada pelos dados divulgados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), indicando um declínio de 11% nas unidades vendidas e 6% nos lançamentos.