Herança digital: Bens virtuais podem ser considerados patrimônio após a morte? Especialista explica

istockphoto 1191636898 612x612 1

istockphoto 1191636898 612x612 1

A inteligência artificial tem levantado uma série de debates recentes sobre o seu uso, principalmente após o Conar – Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária – abrir uma representação ética contra a campanha da Volkswagen que utilizou IA para recriar a cantora Elis Regina, morta em 1982, ato que mesmo com a autorização da família gerou polêmica sobre o uso da imagem de pessoas falecidas para propagandas.

Vários cantores já se manifestaram contra o uso da tecnologia, como a cantora Madonna que alterou seu testamento para proibir o uso de hologramas com sua imagem após a morte, o mesmo que a atriz Whoopi Goldberg também deixou registrado.

Mas afinal, pessoas públicas têm direito à sua imagem mesmo após a morte?

Bens digitais constam legalmente como patrimônio?

De acordo com o advogado e Sócio Diretor da Nelson Wilians Advogados, Sérgio Vieira, a legislação acerca do assunto ainda é bastante escassa, no entanto, existem mecanismos legais que podem ser usados para bens digitais.

A Constituição brasileira garante o direito à herança como fundamental da pessoa humana, mas com as recentes mudanças tecnológicas atribuiu-se valor a bens virtuais, tornando-os, naturalmente, patrimônio do indivíduo”.

De acordo com o enunciado 687 publicado pelo Conselho da Justiça Federal após a IX Jornada de Direito Civil realizada em 2022, o patrimônio digital integra o espólio de bens na sucessão legítima do titular falecido, mas como não há definição específica há abertura para que o testamento ou codicilo para especificar o que será feito com esse tipo de bem após a morte” Explica Sérgio Vieira.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.