Existe diferença entre como as mulheres e homens lideram? Estudo de brasileiros investiga a liderança feminina

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No mercado de trabalho, historicamente, os homens dominaram os cargos de liderança. Mas há diferenças entre homens e mulheres na maneira de lidar com os negócios? Como o cérebro de cada gênero reage perante situações do cotidiano empresarial? Um estudo de pesquisadores brasileiros realizado com o apoio da Logos University International, unidade Miami para o público latino, e publicado na Revista Científica Cognitionis, sob a orientação do Dr. Fabiano de Abreu, Pós PhD em neurociência, buscou trazer uma análise teórica sobre as relações complexas entre funcionamento cerebral, gênero e sucesso empresarial. O objeto de estudo foi a influência das características neurobiológicas e sociais femininas no contexto corporativo, com ênfase na criação de valor e no impulso ao sucesso das organizações.

De acordo com a pesquisadora Sophia Utnick Brennan, dona de uma das maiores empresas de distribuição de cerveja em Nova York e CEO da Elite Intermodal Logistics, a pesquisa desafia a dicotomia tradicional de diferenças psicológicas entre homens e mulheres. “Em vez de enxergar uma clara divisão, percebemos que as variações comportamentais não são rigidamente determinadas pelo gênero, mas sim pela interação entre características individuais de cada pessoa e influências ambientais, ou seja, da sociedade onde está inserida. A neuroplasticidade do cérebro é um fator chave nessa equação, mostrando como o cérebro é moldável ao longo do tempo em resposta a diferentes experiências e pressões sociais relacionadas ao gênero”, explica Sophia.

Ao buscar entender as nuances da conectividade cerebral, os resultados revelam algumas diferenças entre alguns homens e mulheres. Entretanto, ao contrário de indicar uma superioridade de um sexo sobre o outro, essas diferenças sugerem uma complementaridade comportamental entre os gêneros. “As mulheres e homens biologicamente possuem cérebros relativamente parecidos, mas a neuroplasticidade faz com que seus comportamentos tenham muita diferença, porque cada gênero é criado de maneira diferente. Isso traz implicações significativas para o mundo empresarial, especialmente nas esferas de liderança, onde a diversidade de perspectivas pode catalisar a inovação e melhorar a tomada de decisões”, acrescenta a pesquisadora.

A pesquisa também desafia estereótipos de liderança tradicionais. Evidências mostram que boa parte das líderes femininas de sucesso se destacam por habilidades de comunicação interpessoal, visão ampla para metas realistas e uma abordagem mais colaborativa, “Isso reforça a importância de romper barreiras culturais e perceber todo o potencial das mulheres no ambiente de trabalho. Promover a igualdade de gênero e oportunidades iguais não apenas é um imperativo ético, mas também um catalisador para equipes mais produtivas e empresas mais bem-sucedidas”, acrescenta Utnick.

É essencial compreender que as diferenças cerebrais não são determinantes rígidos, mas sim interações complexas entre fatores biológicos, sociais e ambientais. Essa pesquisa sugere uma nova perspectiva sobre liderança e gênero, sublinhando a importância de abraçar a diversidade cerebral humana para promover um ambiente empresarial mais inclusivo e dinâmico. Mas novas pesquisas ainda serão necessárias para entender cada vez mais as diferenças comportamentais entre gêneros.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.