Um estudo publicado na revista científica Contribuiciones a Las Ciencias Sociales mostrou como a neurociência pode limitar exageros das cirurgias plásticas. O artigo foi escrito pelo cirurgião-plástico Bora Kóstic, pelo PhD em Neurociências Fabiano de Abreu Agrela e pelo médico especialista em Cirurgia da Coluna Vertebral e em Tratamentos com Célula Tronco, Luiz Felipe Carvalho.
Uma pesquisa da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica mostra que, em 2020, o Brasil realizou mais de 1,3 milhão de cirurgias, perdendo apenas para os EUA. Isso significa que cada vez mais pessoas buscam procedimentos estéticos e isso não é um problema. O problema acontece, no entanto, quando isso se torna uma necessidade e começa acontecer de forma excessiva.
Segundo os pesquisadores, uma intervenção da neurociência na área da estética é fundamental para compreender as características, motivação e expectativa dos pacientes cosméticos e dessa forma fazer uma triagem e identificar possíveis pacientes que sejam mais suscetíveis a realizar os procedimentos por outras razões do foro emocional e quais terão benefícios no pós-operatório espelhando no aumento da sua qualidade de vida.
O objetivo do artigo foi analisar de que forma o controle da nossa saúde mental nos pode levar a decisões mais conscientes e ponderadas no que respeita à realização de alterações faciais ou corporais.
“Os dados recolhidos neste tipo de estudos são de grande relevância clínica para os cirurgiões plásticos uma vez que lhes permite saber a real motivação dos seus pacientes e é algo que deve ser realizado de forma sistemática”, diz trecho.
Muitos dos excessos cometidos na realização de procedimentos estéticos, sejam eles mais ou menos invasivos, podem ser controlados se o psicológico do paciente for analisado. Muitos estudos demonstram que estes excessos geralmente sinalizam problemas emocionais, são uma forma de auto-prazer e preenchimento, a criação de uma obsessão, a procura constante de dopamina.
“Muitos destes procedimentos são realizados não só por validar uma vaidade instintiva, social e cultural, mas também porque continua a preencher esses hiatos por um tempo mais extenso, de forma gradativa, de cada vez que se olha ao espelho ou recebe um elogio. Há uma procura de aceitação e reciprocidade social.”