A AHSD – Altas Habilidades e Superdotação é uma condição na qual a criança possui habilidades acima da média e maior facilidade de assimilação de novos conteúdos, o que para muitos parece ser um conto de fadas de pessoas super inteligentes gera a necessidade de alguns cuidados especiais.
Crianças com AHSD precisam de uma assistência e acompanhamento especializado para direcionar melhor suas habilidades, que nos modelos tradicionais não seriam totalmente trabalhadas, esse apoio tem o objetivo de facilitar o desenvolvimento da criança, tanto em habilidades mais típicas da superdotação, mas também para lidar com as emoções.
Como uma criança superdotada lida com as emoções?
Miyuki Yamanaka é uma criança brasileira de seis anos, neta de japoneses,que se tornou a integrante mais jovem a fazer parte da sociedade restrita de alto QI, Intertel, que enfrentou algumas dificuldades de adaptação antes de descobrir o AHSD e ter acesso ao acompanhamento adequado.
Segundo Eliz Yamanaka, mãe de Miyuki, o apoio especializado foi fundamental para que sua filha pudesse lidar melhor com seus sentimentos e evitasse outros problemas relacionados.
“No início a Miyuki teve bastante dificuldade para se adaptar na escola, ela aprendia mais rápido que os seus colegas, isso fez com que, de certa forma, ela se sentisse isolada e fez com que ela não quisesse ir à escola, então descobrimos o AHSD e pudemos dar a ela o apoio necessário para que ela pudesse se entender melhor e ter as ferramentas para isso”.
“As pessoas, em geral, conhecem bem pouco da sobre AHSD e isso contribui para que o diagnóstico seja bem difícil pois os sinais passam despercebidos facilmente, isso faz com que os pequenos tenham muita dificuldade de adaptação, de se abrir, conversar e lidar com esse turbilhão de emoções que surgem na cabeça de alguém tão pequeno” Afirma Eliz Yamanaka.
O que ocorre no cérebro de uma criança superdotada?
A maior sensibilidade emocional de crianças com AHSD são, na verdade, uma fase importante para o desenvolvimento de uma base sólida para a utilização de suas habilidades, mas que deve ser analisada caso a caso, é o que defende o Pós PhD em neurociências e especialista em Altas Habilidades, Dr. Fabiano de Abreu Agrela.
“O cérebro de uma pessoa com altas habilidades é naturalmente dotado de uma maior capacidade e possui um desenvolvimento diferente das outras pessoas, o que lhes gera uma maior inteligência que a média“.
“No entanto, é preciso entender que o fato de alguém ter Altas Habilidades não implica necessariamente que elas se estende a todas as áreas, elas podem ser mais voltadas para uma área específica, ou para algumas, em alguns casos para todas, como é o caso da inteligência DWRI, o que significa que a inteligência emocional precisa ser desenvolvida caso a caso para lidar com os sentimentos, alguns com maior necessidade, outros com menos”.
“Mas mesmo para os casos em que a superdotação se estende à inteligência emocional é necessário um acompanhamento adequado para que ela possa desenvolver essa capacidade, em especial as crianças, não possuem vivência suficiente para lidar adequadamente com emoções complexas, o que exige um apoio especializado” Explica Dr. Fabiano de Abreu.