Muitos jogadores, inclusive, da seleção brasileira antes da eliminação, sofreram lesões graves durante as primeiras fases da Copa do Mundo do Catar. De acordo com o professor PhD e fisioterapeuta, Thiago Fukuda, podemos classificar o futebol em vários tipos, de acordo com o nível dos atletas que o praticam: Futebol recreacional, amador, competitivo e de alta performance.
“Em todas estas situações, sabemos que a incidência de lesão não é baixa. E esta alta incidência tem relação com vários fatores como as lesões degenerativas que vem acompanhado do tempo e do desgaste natural que as articulações apresentam; lesões por falta de condicionamento físico, flexibilidade e força muscular como as lesões musculares ou nos tendões; lesões traumáticas como as contusões; bem como as lesões articulares traumáticas ou atraumáticas como as entorses”, explicou.
Vivemos um momento de Copa do Mundo, onde o futebol está brilhando aos olhos de todos e muito tem-se discutido sobre o aumento do número de lesões que os jogadores estão apresentando, até mesmo coincidindo com as três lesões que nossos jogadores, um deles o Neymar, apresentaram em um dos primeiros jogos.
“Claro que as lesões sempre existiram mas que o grande avanço na força, velocidade e performance dos jogadores, esquemas táticos altamente treinados que “encurtam o campo”, a maior aproximação entre os jogadores da defesa e ataque quando tem a posse de bola ou quando quer retomar o controle, bem como a marcação mais cerrada ou aguerrida, aumentam o contato entre os jogadores, predispondo a um maior número de traumas e lesões”, disse.
Conforme o professor, além disso, o campo de jogo com gramado mais baixo ou até artificial e bolas mais leves, aumentando a velocidade do jogo, bem como um calendário mais apertado, jogos com menor tempo de descanso entre eles.
“Não podemos deixar de citar que o trabalho preventivo por meio de preparação física e fisioterapia, podem desempenhar papel importantíssimo no manuseio destas lesões. Uma vez que os atletas se lesionam, o trabalho fisioterapêutico também tem acelerado e muito o processo de retorno ao esporte”, disse.
O especialista completou: “por fim, uma frase que sempre uso para mostrar a importância de se realizar um acompanhamento preventivo é: não pratique esporte para ficar em forma, fique em forma para praticar esporte”, finalizou.
Sobre o Prof. Dr. Thiago Fukuda (PhD)
Fisioterapeuta, doutorado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), pós-doutorado (post doc) pela University of Southern California (EUA), Diretor e co-fundador do Instituto Trata – Joelho e Quadril, ex-fisioterapeuta da Seleção Brasileira de Futebol Feminino (CBF), mais de 60 publicações nacionais e internacionais nas áreas de reabilitação em Ortopedia e Esportiva, docente universitário e criador do método FIRE, tendo formado mais de 4.000 profissionais em todo o país.