A cirurgia bariátrica é um procedimento indicado para o tratamento da obesidade grave, essa intervenção busca não só reduzir o tamanho do estômago, limitando a quantidade de alimentos que podem ser consumidos e promovendo uma sensação de saciedade mais rápida, como também leva a alterações endocrinológicas importantes que auxiliam na redução do peso, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), cerca de 60 mil procedimentos são realizados anualmente no Brasil.
No entanto, devido ao aumento dos casos de obesidade infantil no país, conforme relatado no Atlas da Obesidade 2022, publicado pela World Obesity Federation, estima-se que até 2030, 23,12% das crianças entre 5 e 9 anos e 18,60% dos adolescentes entre 10 e 19 anos terão obesidade. Portanto, a cirurgia bariátrica tem sido realizada em idades mais jovens.
De acordo com o cirurgião especialista em cirurgia bariátrica, Dr. Fábio Rodrigues, a realização desse procedimento em adolescentes requer cuidados extras e adaptações na forma como a cirurgia é conduzida.
“A cirurgia bariátrica para adolescentes não deve ser a primeira alternativa a ser considerada, devemos nos concentrar inicialmente em outras estratégias para combater a obesidade. No entanto, em casos mais extremos em que a cirurgia é considerada, os cuidados precisam ser redobrados e os critérios mais rigorosos. Isso inclui a realização de exames prévios para evitar complicações, avaliação, apoio e acompanhamento psicológico, além da colaboração de uma equipe multidisciplinar e a realização das adaptações necessárias no procedimento.”
“Além disso, recomenda-se a realização de exames de raio-X dos punhos dos pacientes para identificar o nível de formação e consolidação das epífises de crescimento dos punhos, que ajudam a compreender o desenvolvimento e a maturidade óssea do paciente, a fim de evitar que o procedimento afete o crescimento”, explica Dr. Fábio Rodrigues.