O novo recurso de “Visão Geral por IA” do Google, que fornece resultados de pesquisa gerados por inteligência artificial, está levantando preocupações sobre o consumo de energia. Um estudo recente indica que uma única pesquisa por IA consome cerca de dez vezes mais energia do que uma pesquisa tradicional.
De acordo com a empresa de pesquisa Digiconomist, se todos os resultados do Google fossem gerados por IA, o consumo de energia poderia se aproximar do de toda a Irlanda. Embora cada pesquisa individual utilize apenas 3 watts-hora, o que equivale a uma lâmpada LED acesa por uma hora, o número alarmante surge quando consideramos a escala.
O Google processa, em média, 98.379 pesquisas por segundo, totalizando 8,5 bilhões de buscas diárias em 2023. Traduzindo esse volume para consumo de energia em pesquisas por IA, teríamos um gasto de 295,14 quilowatts-hora por segundo.
Para colocar isso em perspectiva, a bateria de um veículo elétrico médio vendido em 2023 carrega 40 kWh. Isso significa que a energia usada pelo Google para uma única pesquisa por IA em um segundo poderia carregar cerca de sete carros elétricos.
Extrapolando esse consumo, chegamos a números ainda mais impressionantes: 442 cargas de carros elétricos por minuto, 26.562 por hora e 637.500 por dia. E vale ressaltar que esses dados consideram apenas o gasto energético do Google com as pesquisas por IA.
A alta demanda energética dos modelos de linguagem grande e da própria IA, utilizados para diversas finalidades, gera preocupações ambientais. O alto consumo contrasta com os esforços individuais para reduzir o uso de energia, como o uso de ar-condicionado de forma controlada, transporte alternativo e eletrodomésticos eficientes.
É preciso questionar se o benefício dos resultados por IA justifica o alto custo energético. Será necessário encontrar soluções para tornar a IA mais sustentável, caso contrário, poderemos estar trocando um problema por outro.