A Dell optou por uma estratégia de “cenoura e bastão” para tentar trazer os funcionários de volta para o escritório: quem não comparecesse pelo menos três dias por semana não seria demitido, mas também não seria promovido. A resposta foi clara: metade dos funcionários preferiu abrir mão da possibilidade de ascensão profissional a trocar a comodidade do home office pelo ambiente corporativo.
A tentativa de algumas empresas em forçar o retorno presencial dos funcionários parece estar batendo contra o muro que é a realidade.
Essa resistência ao retorno não é um caso isolado que só afeta a Dell. Pesquisas indicam que um número crescente de trabalhadores prioriza a flexibilidade oferecida pelo trabalho remoto. Entre as vantagens apontadas estão a economia de tempo e dinheiro com transporte, a possibilidade de conciliar melhor vida pessoal e profissional, além da liberdade de escolher o local de residência.
A pandemia acelerou uma tendência que já vinha ganhando força: a digitalização do trabalho. Muitas empresas perceberam que é possível manter a produtividade, e até mesmo aumentá-la, com equipes distribuídas geograficamente. Além disso, os colaboradores, após experimentarem os benefícios do home office, mostraram-se relutantes em abrir mão desse modelo.
Dados do mercado imobiliário corroboram essa mudança de cenário. As taxas de vacância de escritórios comerciais nunca foram tão altas. Isso indica uma redução da demanda por espaços físicos de trabalho, à medida que as empresas se adaptam à nova realidade.
A Dell, portanto, serviu como um exemplo prático das dificuldades que empresas podem enfrentar ao tentar impor regras rígidas de retorno presencial, especialmente em um contexto onde o trabalho remoto se consolidou como uma alternativa viável e vantajosa para muitos profissionais.
É evidente que o futuro do trabalho passa pelo home office. As organizações que não conseguirem se adaptar a essa tendência correm o risco de perder talentos para concorrentes mais flexíveis.