Nas últimas semanas vem circulando nas redes sociais um alerta de um profissional da saúde sobre os potenciais riscos de botulismo ao consumir palmito sem fervura. Muitos se questionaram se deveriam abrir mão de comprar a conserva por medo de contrair a doença causada pela bactéria Clostridium botulinum, que libera uma toxina poderosa, capaz de levar a paralisias musculares e, em casos extremos, à morte.
Mas a médica Patrícia Santiago esclarece que, ao contrário da crença popular, ferver o palmito não é necessário, desde que adquirido legalmente de indústrias certificadas. O foco na verdade reside na procedência do produto. “Quem opta por ferver o palmito deveria estender essa precaução a outros alimentos em conserva, como atum, pepino, azeitona, milho e ervilha. Pois o risco do botulismo não é exclusivamente do palmito, mas sim de conservas mal preparadas”, explica.
Ela esclarece que essa má reputação do palmito em conserva remonta ao surto de botulismo na década de 90. Em resposta aos inúmeros casos, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) implementou normas rigorosas para controlar a situação, temporariamente recomendando a fervura do palmito antes do consumo. Essa recomendação foi revogada em 2008, quando as normas sanitárias estavam consolidadas na indústria.
Ela destaca que o verdadeiro risco está em consumir palmito de fontes não certificadas, o que aumenta consideravelmente o risco de contaminação por botulismo e outras bactérias. “É crucial verificar o registro do IBAMA no rótulo do palmito para garantir a segurança alimentar. Em outras conservas também evite consumir produtos com embalagens enferrujadas, estufadas ou com água muito turva, que são sinais de possível contaminação. Além disso, leia o rótulo para verificar quanto tempo pode ser armazenado aberto na geladeira, geralmente deve-se consumir em até 15 dias”, finaliza.