Neuroplasticidade e reabilitação: Por que o tratamento de lesões também deve envolver o cérebro

Além da recuperação física, é importante também ter um foco em como o cérebro lida com as mudanças causadas pela lesão, explica o neuro-ortopedista Dr. Luiz Felipe Carvalho

Fonte: MF Press Global

image 2024 04 09T195015.255

A neuroplasticidade é a capacidade do cérebro de reorganizar suas conexões e regiões cerebrais em resposta a estímulos ou mudanças. Na reabilitação motora após lesões, essa capacidade é muito importante, pois permite que novos circuitos neurais se formem, contornando áreas danificadas.

À medida que a reabilitação avança, a neuroplasticidade é alterada positivamente, fortalecendo-se com exercícios específicos e estimulação sensorial, o cérebro ajuda a facilitar a recuperação funcional, melhorar o controle motor e ajudar na adaptação a novos padrões de movimento, essenciais para uma reabilitação bem-sucedida.

Como a neuroplasticidade ajuda na recuperação motora após lesões?

De acordo com o Nеuro-Ortopеdista, Dr. Luiz Fеlipе Carvalho, essa habilidade do cérebro é importante principalmente para casos mais específicos.

Apesar de agir, de certa forma, em todo tipo de reabilitação motora depois de uma lesão, a neuroplasticidade tem mais importância ainda em casos onde há perda de sensibilidade, lesões na coluna vertebral, quando o paciente passa longos períodos sem andar e precisa reaprender, etc., nesses casos o cérebro precisa se “reorganizar” para retomar essas habilidades perdidas, como a mobilidade e a sensibilidade”, explica.

Como funciona esse processo?

Estudos ainda se dedicam a entender totalmente como ocorre esse processo, mas já há evidências que indicam o poder da neuroplasticidade nesses casos, afirma o Dr. Luiz Felipe.

Alguns estudos já estão buscando compreender o processo com mais detalhes, mas no geral, é simples de se entender. Por exemplo, se você sofre uma lesão que te faz ficar alguns meses sem andar e quando realiza a reabilitação para retornar gradualmente, seu cérebro precisa resgatar essa habilidade, reaprendê-la e, dependendo se houve ou não sequelas, se adaptar a uma nova forma de se movimentar, isso é um trabalho não só de adaptação física, mas também mental”, conta Dr. Luiz Felipe.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.