De acordo com o relatório anual do Fórum dos Direitos Humanos e da Terra (FDHT), 11 pessoas foram mortas em razão de conflitos agrários no estado, entre os anos de 2017 e 2018. Ainda segundo o relatório, no mesmo período, foram registrados 41 conflitos no campo que atingiram quase 67 mil famílias, em Mato Grosso.
Segundo o FDHT, esses dados demonstram que a violência no campo tem aumentado, especialmente em relação a indígenas, assentados e sem terras. Em 2017, 1.864 indígenas e 1.240 sem-terra enfrentaram conflitos. Já em 2018, esses números foram 1.904 e 1.674, respectivamente.
Porém, maior índice de violência no período está relacionado aos assentados, com aumento de 40%. Passando de 650 famílias envolvidas em 2017, para 949, em 2018.
O relatório aponta ainda que o índice de municípios envolvidos em conflitos por terra aumentou 24%. Antes, eram 29 cidades onde havia confrontos dessa natureza. Em 2018, esse número subiu para 36. Nestes locais, o total de envolvidos também subiu de 4.790 famílias, em 2017, para 5.154, em 2018.
Em razão da crise econômica que o estado atravessa, os acampamentos aumentaram mais de 300%. Em 2017, eram 96 famílias. Em 2018, este número subiu para 476.
Em contrapartida, as famílias despejadas pelo Poder Judiciário aumentaram 88,3%. Já as famílias expulsas por policiais e pistoleiros aumentaram 13,6%. Em 2017, quatro famílias foram expulsas, em 2017, no ano seguinte foram 550.
Nesse mesmo período, a ‘pistolagem’ cresceu mais de 100%.
Dessa foram, em relação à ocupação, os dados apontam que houve uma redução de 40,4%. O número de famílias que optaram por ocupar terras caiu de 1.025 para 610.
Os despejos com ordem judicial também aumentaram. O índice subiu 88,3% entre 2017 e 2018. Mais de 600 famílias foram despejadas no ano passado.
Em Mato Grosso, a população rural é de 552.321 pessoas. Dessas, quase 67 mil sofreram algum tipo de conflito no campo entre os anos de 2017 e 2018.