Foi sepultado no final da tarde nesta quarta-feira (20) no Cemitério Jardim da Saudade, em Lucas do Rio Verde, o corpo do militar reformado Argemiro do Nascimento. Considerado mais antigo da Polícia Militar no Estado, soldado Argemiro morreu ontem à noite aos 103 anos de idade. Segundo a PM, ele faleceu de causas naturais na residência da família, no bairro Jardim das Palmeiras.
Depois de ser velado na igreja Adventista, o corpo foi levado para o Cemitério Jardim da Paz numa viatura do Corpo de Bombeiros. No campo santo, o militar recebeu honras militares. Perfilados, soldados do 13° BPM deram salvas de tiros, num reconhecimento da atuação do militar reformado.
Em seguida, o pastor da igreja onde Argemiro congregava falou do privilégio da convivência com o idoso. Ele citou ainda os ensinamentos que o policial deixou à família, igreja e sociedade luverdense.
O comandante da Polícia Militar em Lucas do Rio Verde, tenente coronel Secchi, falou aos familiares e amigos do soldado Argemiro. O oficial lembrou a importância que o ex-colega de farda representou para a corporação e o legado que deixa para a sociedade. Secchi entregou uma bandeira do Estado de Mato Grosso aos familiares de Argemiro. O oficial disse que era um pouco do reconhecimento do trabalho prestado pelo militar à instituição e ao Estado.
“Fizemos as honras militares, era o mínimo que a Polícia Militar poderia realizar”, explicou o comandante da corporação no município. “Ele deixou um legado muito grande pra Polícia Militar, pra nós militares e para a sociedade onde ele trabalhou, principalmente na região de Diamantino. A PM está triste com a perda do senhor Argemiro, mas ao mesmo tempo com gratidão a Deus pelos 103 anos bem vividos”, acrescentou Secchi.
Trajetória
Argemiro do Nascimento nasceu em 1917, na cidade de Diamantino. Ele entrou para a Polícia Militar em 02 de março de 1935, e serviu a corporação militar por 85 anos. O soldado chegou a trabalhar na época do 14º Batalhão em Cuiabá, e nas unidades da PM nos municípios de Nobres, Diamantino, Alto Paraguai e Rosário Oeste.
Antes de entrar para as fileiras da PM, Argemiro serviu ao Exército Brasileiro. Ele fazia questão de contar a sua experiência e que chegou a ser convocado para atuar na Segunda Guerra Mundial. Na época, soldado Argemiro ficou de prontidão e chegou até a se apresentar no quartel, mas não foi lutar na guerra, pois o conflito já havia acabado.
O Comando da Polícia Militar lamentou a morte do soldado e transmitiu condolências pela perda do dedicado policial. A corporação cita que ele fazia questão de usar a farda da PM além de receber para uma conversa os policiais militares da cidade em que escolheu para desfrutar do seu merecido descanso.