Em alusão ao Dezembro Vermelho, mês de conscientização sobre HIV/Aids, profissionais das Unidades Básicas de Saúde de Lucas do Rio Verde participam, nesta terça e quinta-feira, de uma capacitação voltada ao acolhimento, diagnóstico e cuidados com pessoas vivendo com HIV. A iniciativa reforça a importância da atualização técnica e do atendimento humanizado na rede pública de saúde.
Segundo a médica Gabriela Porazzi, responsável por conduzir o treinamento, a proposta deste ano é trazer uma abordagem mais dinâmica e completa aos profissionais.
“Todos os anos falamos sobre diagnóstico e manejo do HIV. Desta vez, queremos algo diferente, para que não fique repetitivo. Estamos abordando PrEP e PEP — profilaxias pré e pós-exposição — além do acolhimento ao paciente, porque cada pessoa reage de uma forma ao receber o diagnóstico”, explicou.
A médica destacou que o objetivo principal é fortalecer o preparo das equipes para lidar com as primeiras orientações após o diagnóstico. “É fundamental explicar ao paciente que o HIV não significa morte iminente. Hoje temos tratamento eficaz e direitos assegurados. Também trouxemos novidades, como o autoteste feito com saliva, que facilita muito o acesso ao diagnóstico”, afirmou.

Prevenção e testagem contínua
Gabriela Porazzi reforçou que, apesar dos avanços, o HIV ainda não tem cura, e a prevenção continua sendo indispensável.
“Falamos sempre do uso do preservativo, que é o principal método de prevenção contra todas as ISTs. Quem tem vida sexual ativa deve fazer o teste rápido ao menos uma vez por ano”, orientou.
A indicação também vale para profissionais de saúde, que lidam diariamente com materiais biológicos. “Se acontecer algum acidente, não esconda. Procure ajuda imediatamente, porque temos medicação profilática para isso”, ressaltou.
Crescimento de diagnósticos está ligado à busca ativa
A médica explicou ainda que Lucas do Rio Verde registrou aumento significativo de diagnósticos em 2024, mas isso não indica necessariamente descuido da população.
“Em setembro, tivemos dez novos diagnósticos, um número expressivo para o tamanho da cidade. Mas isso reflete nosso esforço de campanhas, palestras e a solicitação mais frequente dos testes rápidos pelos profissionais”, destacou.
A faixa etária com maior número de diagnósticos segue sendo jovens adultos, principalmente homens entre 20 e 35 anos.
Testes rápidos: resultado em 10 minutos
O treinamento também reforçou a importância da realização periódica dos testes rápidos, que detectam hepatite B, hepatite C, sífilis e HIV.
“Em 10 minutos temos o rastreio. Depois fazemos exames confirmatórios para iniciar o acompanhamento no tempo certo. É fundamental que quem tem vida sexual ativa faça o teste pelo menos uma vez ao ano”, concluiu Porazzi.
As capacitações seguem ao longo da semana e integram a programação municipal do Dezembro Vermelho, reforçando que cuidar com conhecimento é cuidar melhor.





















