Os profissionais da educação de Lucas do Rio Verde acataram a proposta de reajuste da RGA (Reposição Geral Anual). A decisão foi tomada em assembleia da categoria nesta sexta-feira (08) à noite, na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública (Sintep).
No início da semana, a categoria paralisou as atividades e fez mobilizações na Câmara e Prefeitura. Na ocasião, os profissionais reivindicavam melhoria no índice proposto, de 5%, sendo 4,62% de reposição inflacionária e 0,88% de ganho real. Na segunda-feira (04) eles se reuniram em assembleia e passaram a reivindicar 10%. Após várias reuniões, o índice definido ficou em 6,5%.
Ontem, na assembleia, os representantes da categoria apresentaram a proposta que foi acatada pela maioria dos profissionais presentes. Com isso, o projeto da RGA deve ir à votação na segunda-feira (11) em sessão da Câmara Municipal. Se aprovado, o índice será pago de forma retroativa a janeiro em folha complementar no dia 15.
“Nós saímos de uma negociação de 4,62%, de 5% que já tinha sido mandado para a Câmara Municipal, que nós fizemos retroagir porque consideramos falta de respeito, mandar pra lá sem terminar as negociações. Retroagimos a negociação, e conseguimos, nós, sindicato, nossa mobilização, conseguimos mais 1,5%. É o que a categoria queria? Não, não é o que a categoria queria, mas foi o que a gente conseguiu esse ano, de eleição e também tem a questão da estiagem”, explicou a presidente do Sintep, Marcia Bottin, citando dois fatores que pesaram para que a proposta fosse acatada.
RGA e auxílio alimentação
Além de aumentar o índice da RGA, a categoria conseguiu reajuste de 25% no auxílio alimentação, passando de R$ 450 para R$ 562,50. Outro compromisso é relacionado ao Plano de Cargos, Carreira e Salário dos profissionais da educação que deverá ser revisado. “Se fala muito que nós ganhamos mais do que os outros municípios, mas não é verdade. Nós ganhamos só no início da carreira dos outros municípios ao redor, porque a nossa carreira infelizmente é muito ruim agora. Nós precisamos rever isso”.
A presidente lembra ainda que a categoria votou, quase de forma unânime, pela manutenção do estado de greve. “Isso é pra dizer que a gente tá perseverante aqui, se acaso alguma coisa for descumprido do que foi nos dito, a categoria já está dando recado que se não for cumprido nós estaremos entrando em greve sim, se for necessário”, ressaltou.
Demandas
Durante a mobilização, algumas situações foram apresentadas ao município. Márcia lembra que alguns alunos não receberam uniformes escolares, assim como chegou ao conhecimento do sindicato sobra a merenda servida em escolas da rede municipal.
Outra situação apresentada pela categoria foi a falta de profissionais em sala de aula. Faltam professores e monitores.
“Eles (poder público) não sabiam, porque eles mandaram o projeto sem nós continuarmos as negociações porque na primeira vez a gente só foi lá pra ouvir e a gente sabia que era ano eleitoral. Na segunda rodada a gente ia apresentar as demandas. Falta professor, monitor, tem escola que faz um mês que tá sem aula de português, de matemática e isso é complicado. Isso vai impactar no nosso IDEB, na nossa qualidade de educação”, lamenta a presidente.