Como um estado preserva sua própria trajetória política? A resposta passa pelo Instituto Memória do Poder Legislativo, responsável pela guarda dos documentos produzidos pela Assembleia desde 1835 e peça central na construção do entendimento histórico de Mato Grosso.
Origem e missão institucional
Criado em 1987 pela Resolução 16, o órgão recebeu a custódia definitiva do acervo legislativo, que reúne leis, resoluções e registros acumulados ao longo de quase dois séculos. A iniciativa consolidou a organização documental iniciada ainda na primeira norma da Assembleia, de 1835, que já previa cuidados com a preservação da produção legislativa.
A trajetória não foi simples. A Assembleia passou por mudanças estruturais, períodos de suspensão das atividades — como durante o Estado Novo — e diferentes sedes até a consolidação no Centro Político Administrativo. Nesse período, parte do acervo chegou a ficar dispersa em depósitos alugados, com pouca segurança e risco de perda.
Reestruturação e fortalecimento
A centralização definitiva do material ocorreu em 1992, com o Decreto Legislativo nº 2.816, que garantiu ao Instituto Memória a guarda integral dos documentos. A mudança para a sede atual, em 2005, marcou uma virada na estrutura física e no reconhecimento institucional.
Servidores que acompanharam as primeiras décadas relatam precariedades do passado, como infiltrações em depósitos e risco constante para a integridade dos documentos. A nova estrutura trouxe melhores condições de conservação e valorizou o acervo como patrimônio histórico.
Do papel à era digital
Atualmente, a unidade — que recebeu o nome Deputado Lenine de Campos Póvoas em 2021 — avança no processo de digitalização do acervo. O objetivo é ampliar o acesso público a registros legislativos, dados biográficos, sessões plenárias, processos e materiais audiovisuais.
A digitalização garante preservação e democratização do conhecimento, além de apoiar pesquisas acadêmicas e estudos sobre a história política regional. O projeto inclui higienização, catalogação e disponibilização online de milhares de registros.
Educação, cultura e acesso público
O Instituto Memória recebe pesquisadores, estudantes e professores em visitas guiadas e projetos como Por Dentro do Parlamento e Semear Memória, Colher Cidadania. Também promove exposições, palestras, oficinas e integra a comissão editorial da PubliAL.
Entre as iniciativas culturais, destaca-se o projeto Ação Cultural, que valoriza artes, culinária e tradições regionais. A Pinacoteca Dalva de Barros reúne obras de artistas de destaque no cenário estadual.
Segundo a superintendência, o trabalho integra preservação histórica com ações educativas, reforçando a identidade institucional e o sentimento de pertencimento da população mato-grossense.
Por que isso importa?
- Garante acesso público à história legislativa.
- Preserva documentos essenciais para pesquisas e memória cultural.
- Fortalece a identidade política e social do estado.
O Instituto Memória segue ampliando seu papel como guardião da trajetória legislativa e referência em preservação documental. Comente sua opinião!



















