A Cadeia Pública de Nova Mutum-MT concentra o segundo maior número de presos contaminados pela Covid-19 no Estado, perdendo apenas para Penitenciária Central do Estado – PCE – em Cuiabá-MT.
Na PCE foram contabilizados, de acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública – SESP – 283 detentos contaminados.
Dos 110 reeducandos de Nova Mutum, 79 testaram positivo para a doença. A unidade prisional tem capacidade para atender somente 40 presos.
Além dos presos, seis servidores da unidade prisional também testaram positivos para o novo coronavírus, sendo que um está internado em estado gravíssimo em uma unidade de tratamento intensivo – UTI – na capital. Os demais servidores que estão com a doença, permanecem em isolamento domiciliar.
Colegas do Policial Penal que está internado, lamentam a atual situação da cadeia pública de Nova Mutum, onde os servidores estão expostos ao risco eminente de contaminação.
Os detentos que estão com Covid-19 foram colocados em celas separadas e isoladas dos demais. Ainda recebem atendimento médico e seguem em quarentena.
O Ministério Público está acompanhando a situação da cadeira pública de Nova Mutum e de acordo com a Promotora de Justiça, Ana Carolina, há um embate envolvendo a situação.
“Ao mesmo tempo que nós fiscalizamos a Lei e somos defensores da sociedade, as pessoas que estão reclusas também fazem parte da sociedade. Então nós estamos em um embate muito difícil enquanto Ministério Público, porque não queremos que ninguém que esteja recluso saia antes do tempo, pois sabemos dos efeitos. Ou se tivéssemos uma garantia que eles ficassem dentro de casa, mas infelizmente é algo que vamos ter que tomar as medidas possíveis como uso de tornozeleiras, colocar a polícia fiscalizando. Mas nós vamos tomar as medidas possíveis para que não se alastre a epidemia lá dentro (cadeia) e também para garantir a segurança da sociedade. São situações complicadas, mas vamos procurar fazer o melhor trabalho”, comentou a Promotora durante entrevista a TV Cidade Verde, afirmando que a situação será avaliada de acordo com a evolução dos casos.
De acordo com a Juíza de Direito, magistrada Helena Porcel da Vara Criminal da Comarca de Nova Mutum, desde o inicio da pandemia foram tomadas medidas cautelares para tentar evitar a contaminação dentro da unidade prisional.
“Suspendemos os trabalhos externos dos presos que saiam para trabalhar e voltavam à noite, audiências e visitas estão sendo feitas por videoconferência. Mas infelizmente a pandemia está em todos os lugares e temos os vetores, ou seja, os próprios agentes entram em saem da unidade, a entrada de objetos contaminados ou até mesmo novos presos acabam entrando e contaminado os demais. O número de contaminados é alto e isso nos assusta, mas estamos tomando todas as medidas para a saúde dos presos e dos agentes serem restauradas”, frisou a Magistrada.
A Secretaria de Saúde de Nova Mutum disponibilizou um médico e um técnico de enfermagem para atender aos detentos na cadeia pública, informou em entrevista a Secretária de Saúde, Anke Schwabe. Informações que foram repassadas à reportagem do CenárioMT dão conta de que até mesmo o técnico de enfermagem testou positivo para Covid-19.
Em relação aos casos de Policiais Penais expostos ao risco de contaminação e que precisam diariamente enfrentar esse inimigo dentro das unidades prisionais em Mato Grosso, o Sindicato dos Agentes Penitenciários de Mato Grosso (Sindspen) revela que atualmente são 144 casos de agentes com suspeita de Covid, como mostra os números divulgados pelo sindicato:
Na última sexta-feira (24) foi confirmada a morte do Policial Penal, Edno Roberto Apoitia, 57 anos, por Covid-19. Edno atuava na Penitenciária Central do Estado – PEC. (LEIA)
A Secretaria Adjunta de Administração Penitenciária da Sesp (Secretaria de Estado de Segurança Pública) publica diariamente o Boletim sobre o Coronavírus no Sistema Penitenciária, com dados dos servidores e recuperandos. Veja os dados atualizados em 28.07
Os boletins anteriores podem ser consultados no link Institucional – Secretaria Adjunta de Administração Penitenciária – Nossas Publicações ou clique AQUI