O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para tratar do avanço nas negociações que buscam eliminar a sobretaxa de 40% ainda aplicada a determinados produtos brasileiros.
Segundo o governo brasileiro, o diálogo de 40 minutos foi considerado produtivo e incluiu temas como cooperação no enfrentamento ao crime organizado. A Casa Branca já havia retirado 238 itens da lista tarifada, entre eles café, frutas tropicais, carne bovina e especiarias.
Apesar do alívio parcial, cerca de 22% das exportações brasileiras seguem sujeitas às sobretaxas, percentual que já foi de 36% no início das medidas adotadas pelos EUA. Lula avaliou positivamente as recentes flexibilizações, mas ressaltou que ainda há produtos que precisam ser discutidos para avançar na normalização do comércio bilateral.
O tarifaço integra a política norte-americana de elevação de tarifas para proteger setores prejudicados pela competição com a China. Embora o Brasil tenha recebido inicialmente a menor alíquota, de 10%, Washington passou a aplicar a taxa adicional de 40% como retaliação a decisões consideradas desfavoráveis às big techs estadunidenses e a episódios políticos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Parte das reduções recentes foi influenciada pela agenda diplomática entre Lula e Trump, incluindo encontros e novas articulações entre as equipes de ambos os países. O governo brasileiro tenta avançar sobretudo na retirada de tarifas sobre produtos industriais, que enfrentam maior dificuldade para acessar mercados alternativos.
Além das tarifas, questões não tarifárias seguem na pauta, como o debate sobre terras raras, energia renovável, big techs e o regime especial para data centers.
Cooperação contra o crime organizado
Lula reforçou a necessidade de ampliar a colaboração bilateral para enfrentar o crime organizado internacional, destacando operações recentes no Brasil que rastrearam estruturas financeiras no exterior. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também apontou a importância de ações conjuntas para combater evasão de divisas e lavagem de dinheiro, citando o uso de mecanismos ligados ao estado de Delaware.
Trump, de acordo com comunicado oficial, demonstrou disposição para apoiar iniciativas conjuntas e acompanhar a evolução dos esforços entre os dois países.






















